"Não" vence referendo e Grécia rejeita proposta de credores

Com mais de 80% das urnas apuradas, o "não" atinge 61% dos votos e o sim tem apenas 39% – ou seja, não há mais formas de se reverter o resultado. Gregos comemoram vitória na praça Syntagma, no coração de Atenas

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Com mais de 80% das urnas apuradas, o "não" atinge 61% dos votos e o "sim" tem apenas 39% – ou seja, não há mais formas de se reverter o resultado. Gregos comemoram vitória na praça Syntagma, no coração de Atenas Por Redação Neste domingo (5), a população grega foi às urnas e rejeitou as medidas de austeridade propostas pelos credores internacionais em troca de ajuda financeira ao país. Com mais de 80% das urnas apuradas, o "não" atinge 61% dos votos e o "sim" tem apenas 39% – ou seja, não há mais formas de se reverter o resultado. A vitória ampla contrariou as pesquisas realizadas nos últimos dias, que projetavam um triunfo apertado do "não" sobre o "sim". Com o resultado, a Grécia descartou a possibilidade de receber socorro de instituições como o FMI (Fundo Monetário Internacional), BCE (Banco Central Europeu) e o bloco europeu. A votação se encerrou às 19h (13h, no horário de Brasília). Ao todo, 9,9 milhões de gregos estavam aptos a votar. Segundo a agência de notícias grega AMNA, a participação eleitoral foi de cerca de 65%, a mesma registrada nas eleições legislativas de janeiro. A lei exigia comparecimento de pelo menos 40% da população para que o referendo fosse validado. Milhares de gregos comemoram a vitória do "não" em Atenas, principalmente na praça Syntagma, no coração da capital. De acordo com a Agência Lusa, manifestantes eufóricos carregam bandeiras e é possível ouvir, nas avenidas próximas à praça, buzinas de veículos em apoio à decisão tomada nas urnas. O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, sai fortalecido do processo. Foi ele quem convocou a consulta popular na semana passada, e chegou a dizer que renunciaria caso o "sim" saísse vencedor. Após depositar sua cédula em uma urna em Atenas, o premiê declarou que a decisão dos gregos não poderá ser ignorada pela Europa. “Muitos podem tentar ignorar o desejo de um governo, mas ninguém pode ignorar a vontade de uma população que está buscando viver com dignidade, com suas próprias mãos”, disse. Ele classificou o referendo como uma "festa da democracia".