Ocupações e manifestações do MST crescem em todo o país

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A jornada de lutas do MST começa a tomar corpo no Brasil todo. Além da marcha em direção à capital paulista, os sem-terra ainda marcham por mais outros quatro estados e, em Brasília, ocuparam a entrada do Ministério da Fazenda junto com militantes da Via Campesina, somando três mil manifestantes.

Os sem-terra iniciaram nesta segunda, 10, uma jornada de lutas nacional em defesa da reforma agrária e debater alternativas para a saída da crise global. O MST está organizando a ação nos 23 estados onde o movimento está organizado. Até sexta-feira, 14, as capitais desses estados receberão os sem-terra. O movimento planeja marchar ainda para a capital nacional até o dia 21, onde sem-terras já estarão acampados.

O movimento pretende aprofundar o debate sobre assentamentos, descontingenciamento e ampliação de recursos para a reforma agrária e revisão dos índices de produtividade. De acordo com o MST, atualmente 45 famílias estão assentadas somente no papel esperando por investimentos do governo na infra-estrutura dos assentamentos.

O movimento ainda espera que o governo assente as 90 mil famílias que hoje vivem em acampamentos do movimento e estão á beira das estradas desde 2003, segundo o MST. No entanto, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) já afirmou que sua meta é assentar neste ano 75 mil famílias. Segundo o presidente do órgão, o Incra está sem verbas para a obtenção de imóveis rurais. Por isso o MST também luta para que o órgão tenha descontingenciado R$ 800 milhões para aplicação em assentamentos para todos os acampados.

João Pedro Stedile, em artigo para a Folha, lembra também que é necessário rever a prioridade que se dá ao agronegócio e consequentemente ao uso de insumos, que prejudicam não só a economia e o desenvolvimento local com também o meio ambiente.

Segundo José Batista Oliveira, coordenador nacional do MST, se não houver avanços nas reivindicações dos sem-terra, a jornada poderá se prolongar na capital. Por enquanto, militantes do movimento marcham nos estados de São Paulo, Roraima, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Pará. Na Bahia, cerca de 400 integrantes ocuparam a sede do Incra estadual.

Com informações de agências.