Outros toques

Escrito en NOTÍCIAS el

Ocas
Lançada em São Paulo e no Rio de Janeiro, a revista Ocas. é uma publicação de entretenimento. O mais interessante é a forma de distribuição. Moradores de rua das duas cidades entregam os 15 mil exemplares da revista.
A Organização Civil de Ação Social é quem está por trás do projeto. Atualmente, são os membros da ONG que produzem os conteúdos, mas eles esperam contar em breve com textos dos próprios moradores de rua, transformando a revista num meio de expressão dos sem-teto.
Inspirados pelo modelo da Big Issue, produzida em Londres há dez anos, a Ocas se associou à Rede Internacional de Publicações de Rua, que tem sede em Glasgow. Além da Ocas, a entidade escocesa reúne mais 50 publicações do mundo todo.

Rede Internacional de Publicações de Rua
www.street-papers.com
Organização Civil de Ação Social
www.ocas.org.br

Kissinger revisitado
Guerra do Vietnã, o suporte ao golpe militar em Bangladesh, o assassinato de René Schneider, comandante das forças armadas chilenas, o apoio ao ditador Suharto na invasão do Timor Leste pela Indonésia. Uma das figuras mais temidas da política externa americana na década de 70 é um dos principais responsáveis por essa lista de crimes.
Reunindo uma vasta documentação, o autor Christopher Hitchens mostra, em O Julgamento de Kissinger (lançado pela Boitempo Editorial), que o ex-secretário de Estado da Casa Branca, Henry Kissinger não é o mocinho que posa de santo e recebe homenagens em diversos países, mas deveria estar na mesma posição do ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic no tribunal de Haia.
É uma obra que resgata os meandros de operações e intervenções promovidas pelos EUA durante a década de 70.

O Julgamento de Kissinger,
de Christopher Hitchens, Boitempo Editorial,
www.boitempo.com

Racionais MC’s
Depois de cinco anos sem novidades, os Racionais MC’s voltaram. Dessa vez em dose dupla. Nada Como Um Dia Após o Outro Dia é quinto álbum do grupo de Mano Brown e traz 21 novas canções em dois discos. Um chama-se Chora Agora e o outro Ri Depois. Enquanto o primeiro reúne músicas mais leves (dentro do padrão de letras do grupo, que costuma ser bastante denso), o segundo concentra o lado mais explosivo, com manifestos e a mensagem da periferia.
Musicalmente, as músicas trazem influências de outros ritmos, conseguindo variações interessantes na batida básica do rap.
Mantendo a opção de não usar os grandes meios de divulgação e venda, o disco é mais facilmente encontrado nas galerias de música do que em megalojas de shopping centers.

Nada Como Um Dia Após o Outro Dia, dos Racionais MC’s, Cosa Nostra Fonográfica/Distribuição Zâmbia

Contra corrupção
A OAB está encabeçando uma campanha para combater fraudes eleitorais. O projeto começou em 2000 e levaram à cassação de 50 prefeitos. Vale dizer que a iniciativa conta com o apoio de outras 30 entidades, como CUT, CNBB e Comissão Brasileira de Justiça e Paz. As denúncias podem ser feitas pelo telefone (61) 316-9690 ou pelo e-mail [email protected]

Outros sítios
www.transparencia.org.br
O combate à corrupção é a principal ação da ong Transparência Brasil. Ligada a Transparência Internacional, o sítio tem diversos estudos sobre corrupção em vários países, incluindo um banco de dados sobre o assunto.

www.lahaine.org
O sítio espanhol La Haine é, como eles mesmos se denominam, projeto de desobediência informativa. Há uma coluna sobre movimentos anti-neoliberalismo na Espanha, no país Basco e no resto do mundo. Destaca-se a coluna “Antimusica”, em que são destacadas notícias sobre bandas e músicos alternativos.

www.jugueterabioso.clan.st
El Juguete Rabioso, ou brinquedo raivoso. O sítio boliviano produz boletins quinzenais com artigos sobre América Latina especialmente sobre a Bolívia. Alguns dos textos tratam as questões com um humor certeiro.

www.indymedia.org
O Centro de Mídia Independente abriga contra-informação produzida por ongs de diversas partes do mundo. Começou cobrindo os protestos de Seatle em 1999, e desde então, se estendeu a 50 países em todos os continentes.

Fórum de Sevilha bota milhares de pessoas na rua


Os presidentes e primeiros-ministros da Comunidade Européia, que participavam em Sevilha do Conselho Europeu, com certeza viram. Nas ruas da capital andaluza, entre 50 mil (cálculo da polícia local) e 250 mil (segundo os organizadores) manifestantes pediam mais justiça e igualdade econômica e social, o fim da dívida externa dos países pobres e das restrições à imigração.

Espanhóis, portugueses, alemães, turcos, gregos... Todos mostraram, como diz o manifesto do Fórum de Sevilha, o sonho de mais igualdade social, econômica, política e cultural dentro de valores democráticos “que defendemos e queremos ver reforçados no século 21 em todo o mundo”. “O valor das pessoas deve estar acima dos enfoques econômicos e financeiros do processo europeu em marcha, centrado desde o início no mercado único, por meio de políticas econômicas, monetárias e financeiras abertamente neoliberais, em que predomina a visão econômica capitalista.”
Os chefes de Estado reunidos na cúpula, fazendo de conta que nada viam, aprovaram novas medidas antiimigração como operações conjuntas nas fronteiras e a revisão da lista dos países sujeitos a visto de entrada. Para completar, está previsto um novo pacote para 2003, antes da incorporação de outros dez países à Comunidade.

Controle das fronteiras
Durante o Fórum, as ruas de Sevilha e os acessos à cidade foram controlados por milhares de policiais. Pessoas eram paradas, pediam-se documentos. Um incidente azedou o humor dos portugueses. Deputados de esquerda e ônibus que iam para a manifestação foram impedidos de atravessar a fronteira entre os dois países, o que gerou protestos e voto de repúdio da Assembléia Portuguesa aprovado por todos os partidos e pôs em xeque a livre circulação de pessoas na Comunidade.
De outro lado, as manifestações ocorreram com muita festa, sem nenhum incidente, ao contrário do que aconteceu em cidades próximas, no sul da Espanha, que sofreram seis atentados do ETA em dois dias.