Ouvidor da PM admite evidências de grupos de extermínio na corporação

Ao contrário das declarações dadas pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que negou a existência de grupos de extermínio na polícia paulista, ouvidor afirma que o número de mortes em supostos confrontos foge da normalidade: “São situações que vêm acontecendo há muito tempo, mas que os órgãos oficias não reconhecem”.

Escrito en BRASIL el
Ao contrário das declarações dadas pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que negou a existência de grupos de extermínio na polícia paulista, ouvidor afirma que o número de mortes em supostos confrontos foge da normalidade: “São situações que vêm acontecendo há muito tempo, mas que os órgãos oficiais não reconhecem” Por Redação As recentes chacinas ocorridas em Osasco e Barueri, na Grande São Paulo, deixaram 19 pessoas mortas ao todo. Na última semana, dois suspeitos de roubo foram assassinados por policiais militares na zona oeste da capital paulista. Os dois casos, na opinião do ouvidor da PM, Julio Cesar Fernandes Neves, apontam para a existência de grupos de extermínio dentro da Polícia Militar (PM). Em entrevista à Agência Brasil, ele afirmou que somente no ano passado 801 pessoas foram mortas em supostos confrontos com policiais militares e civis. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. “É um número que foge da normalidade", comentou Neves sobre os índices, que mostraram aumento nos últimos anos. “Existem grupos que estão matando gente por aí e de forma organizada”, completou. A realidade apresentada pelo ouvidor vai contra as declarações do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes, e do governador Geraldo Alckmin, que negaram a existência de grupos de extermínio na polícia paulista, alegando que há apenas “maus policiais”, que responderão a processo. “São situações que vêm acontecendo há muito tempo, mas que os órgãos oficiais não reconhecem de maneira alguma, e as coisas vem perdurando”, concluiu Neves. Foto de capa: Wikimedia Commons