Pela primeira vez no histórico da Pesquisa Fórum maioria da população desaprova Bolsonaro

Reprovação do governo é maior entre os mais jovens, as mulheres e os mais escolarizados

Jair Bolsonaro - Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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Pela primeira vez no histórico da Pesquisa Fórum a maior parte dos brasileiros desaprova o governo Bolsonaro. São 53,9%, ante 46,1% que o aprovam. Uma diferença a favor da reprovação de 7,8%.

No começo de outubro, 51,9% disseram que o aprovavam e 48,1%, que o desaprovavam. Era uma diferença a favor da aprovação de 3%. No final de agosto, os índices estavam ainda mais favoráveis ao presidente: 52,9% de aprovação e 47,1% de desaprovação. Ele tinha 5,8% de margem favorável.
Nos últimos 70 dias, ele saiu desses 5,8% a mais pelo aprova para os 7,8% a mais pelo desaprova. Um deslocamento de 13,6% desfavorável. Sinal que talvez explique a dificuldade de Bolsonaro empinar seus candidatos a prefeito principalmente nas capitais.

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Entre as mulheres, 60,6% o desaprovam. Por outro lado, entre os homens, 55,9% responderam que aprovam a gestão do titular do Planalto.
Na distribuição por idade, três faixas etárias tiveram mais respostas negativas do que positivas para o presidente: de 16 a 24 anos, 64,2% desaprovam o governo. De 25 a 34 anos, 53,1% desaprovam. E de 45 a 59 anos, 54,1%.

A melhor avaliação está entre os mais idosos, com 60 anos ou mais, dos quais 55,6% aprovam a atual gestão.

Na divisão por escolaridade, 62,5% dos entrevistados com ensino superior e 50,7% dos com ensino médio disseram não aprovar o governo Bolsonaro. Por outro lado, Bolsonaro tem 50,3% de aprovação entre os que têm ensino fundamental.

Em todas as faixas de renda, Bolsonaro teve ao menos metade ou mais de desaprovação dos entrevistados. A maior taxa, de 56%, ficou entre aqueles que ganham de 5 a 10 salários mínimos. A menor foi de exatamente 50%, naqueles com rendimento acima de 10 salários mínimos.

A região Sudeste tem a maior proporção de pessoas que desaprovam o governo: 56%. A seguir aparece o Nordeste, com 54,8%, e depois o Sul, onde a avaliação se inverteu e, agora, 50,6% não aprovam a atual gestão. Na outra ponta, ele encontra aprovação de 50,8% dos entrevistados do Centro-Oeste e 55,1% dos pesquisados do Norte.

Pesquisa inova com metodologia

7ª Pesquisa Fórum foi realizada entre os dias 4 e 9 de novembro, em parceria com a Offerwise, e ouviu 1000 pessoas de todas as regiões do país. A margem de erro é de 3,2 pontos porcentuais, para cima ou para baixo. O método utilizado é o de painel online e a coleta de informações respeita o percentual da população brasileira nas diferentes faixas e segmentos.

O consultor técnico da Pesquisa Fórum, Wilson Molinari, explica que os painelistas são pessoas recrutadas para responderem pesquisas de forma online. A empresa que realiza a pesquisa, a Offerwise, conta com aproximadamente 1.200.000 potenciais respondentes no Brasil. “A grande vantagem é que o respondente já foi recrutado e aceitou participar e ser remunerado pelas respostas nos estudos que tenha interesse e/ou perfil para participar. No caso da Pesquisa Fórum, por ser de opinião, não existe perfil de consumidor restrito, como, por exemplo, ter conta em determinado banco, ou possuir o celular da marca X. O mais importante é manter a representatividade da população brasileira, tais como, gênero, idade, escolaridade, região, renda, etc.”

Molinari registra que pesquisas feitas em ruas ou nos domicílios costumam ter margem de erro menor. “Porém sabemos que 90% da população brasileira possui acesso à telefonia celular e, especificamente na situação de quarentena que estamos vivendo, o método online é mais seguro do que o pessoal e sempre é menos invasivo que o telefônico.”

Pouco usado para pesquisas de opinião no Brasil, os painéis online são adotados como método de pesquisa no mundo todo, segundo Molinari. E regulamentados pelas principais associações de pesquisa. “Os painéis hoje são amplamente utilizados para pesquisas de satisfação, imagem de marca, qualidade de produtos e serviços, opinião, entre outras”, acrescenta.