Pesquisa Fórum: de maio a julho Bolsonaro caiu entre os mais ricos e cresceu na classe média

A análise do histórico das três últimas Pesquisas Fórum mostra que não é entre os mais pobres que Bolsonaro cresceu desde a crise do coronavírus, mas na classe média

Foto: Marcos Corrêa/PR
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Desde a 2ª Edição da Pesquisa Fórum/Offerwise que se pergunta aos entrevistados qual a avaliação deles acerca do governo Bolsonaro. A primeira vez que essa pergunta foi formulada foi no mês de maio, entre os dias 13 e 15, quando haviam aproximadamente 15 mil mortos por coronavírus e 220 mil casos da doença. Naquele momento as pessoas começavam a receber a primeira parcela do auxílio emergencial. A pergunta se repetiu em junho, como vocês poderão ver nos gráficos a seguir, e agora em julho, quando números de mortos já passavam de 75 mil pessoas e o de infectados registrados batia em 2 milhões. Dados, aliás, divergentes com os apresentados pela Pesquisa Fórum que registra uma subnotificação de aproximadamente 10 vezes no numero total. Muitos analistas têm repetido que foi entre os mais pobres que a popularidade de Bolsonaro melhorou. Não é isso o que registra a Pesquisa Fórum. Entre os que ganham até 2 salários mínimos há estabilidade entre os índice de maio e julho, tendo havido um crescimento da reprovação ao governo em junho. Já entre os que ganham de 2 a 3 salários mínimos, houve um aumento do ruim e péssimo de Bolsonaro na casa dos 10%. Saltou de 33,8% em maio, para 36,6% em junho e agora em julho foi para 43,8%. Esse segmento social é o que genericamente se costuma chamar de classe C que avançou no governo Lula. Seja apoiador da Pesquisa Fórum, receba relatórios exclusivos e participe da escolha das questões. Entre os que ganham entre 3 a 5 salários mínimos a estabilidade também se manteve, com o ruim e péssimo variando na casa do 40%. Onde houve queda na rejeição a Bolsonaro foi entre os que ganham de 5 a 10 salários mínimo, a classe média média. Aqueles que se encontram numa situação de remediados. Não são ricos, mas não vivem na pobreza. Neste grupo o ruim e péssimo de Bolsonaro era 44,7% em maio, foi para 42,2% em junho e agora em julho despencou para 33,8%. Movimento diferente do que se deu entre o que ganham 10 salários mínimos ou mais. Neste grupo o ruim e péssimo que já era alto em maio, de 54%, caiu um pouco em junho para 51,6%, dentro da margem de erro, e agora em julho foi para 60,1%. Leia também: Aprovação de governo Bolsonaro é de 49,1%, quase metade do país Pesquisa Fórum: Avaliação de Bolsonaro se mantém estável com 33,3% de ótimo e bom

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Aprovação ao Bolsa família é alta e 80% defendem sua continuidade Pesquisa inova com metodologiaPesquisa Fórum é realizada desde abril e está em sua quarta edição. A Revista Fórum é o primeiro veículo progressista a realizar uma pesquisa de opinião mensal e conta com o apoio dos leitores no financiamento coletivo para a sua manutenção. Quem apoia a pesquisa, recebe relatórios completos e participa da escolha das questões. Apoie aqui.4ª Pesquisa Fórum foi realizada entre os dias 14 e 17 de julho e ouviu 1000 pessoas de todas as regiões do país. A margem de erro é de 3,2 pontos porcentuais, para cima ou para baixo. O método utilizado é o de painel online e a coleta de informações respeita o percentual da população brasileira nas diferentes faixas e segmentos.
O consultor técnico da Pesquisa Fórum, Wilson Molinari, explica que os painelistas são pessoas recrutadas para responderem pesquisas de forma online. A empresa que realiza a pesquisa, a Offerwise, conta com aproximadamente 1.200.000 potenciais respondentes no Brasil. “A grande vantagem é que o respondente já foi recrutado e aceitou participar e ser remunerado pelas respostas nos estudos que tenha interesse e/ou perfil para participar. No caso da Pesquisa Fórum, por ser de opinião, não existe perfil de consumidor restrito, como, por exemplo, ter conta em determinado banco, ou possuir o celular da marca X. O mais importante é manter a representatividade da população brasileira, tais como, gênero, idade, escolaridade, região, renda, etc.”
Os painéis online são adotados como método de pesquisa no mundo todo, segundo Molinari. E regulamentados pelas principais associações de pesquisa. “Os painéis hoje são amplamente utilizados para pesquisas de satisfação, imagem de marca, qualidade de produtos e serviços, opinião, etc”, acrescenta.