Justiça manda soltar estudantes presos após reintegração da USP

Senador Eduardo Suplicy fez um apelo ao secretário de Segurança do Estado; alunos tinham sido transferidos para presídio em Osasco

(Marcelo Camargo / Agência Brasil)
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Senador Eduardo Suplicy fez um apelo ao secretário de Segurança do Estado; alunos tinham sido transferidos para presídio em Osasco Por Isadora Otoni  [caption id="attachment_36155" align="alignleft" width="300"] "A juíza percebeu que eles foram presos de forma totalmente arbitrária", declarou o estudante Felipe Bruner (Marcelo Camargo / Agência Brasil)[/caption] Presos de forma arbitrária, Inauê Taiguara e João Vitor Gonzaga serão libertados ainda hoje (13). Os estudantes foram detidos na USP na manhã de terça-feira (12) durante o processo de reintegração de posse da reitoria. Entretanto, testemunhas afirmaram que a Polícia Militar foi negligente ao levar os estudantes para o 91º Distrito Policial, alegando que ambos estariam apenas voltando de uma festa no campus da faculdade de Filosofia. Inauê e João Vitor foram transferidos na manhã desta quarta-feira do 91º DP para um presídio em Osasco. “Os detidos dormiram na delegacia, mas serão liberados da prisão ainda hoje”, explicou o estudante de Ciências Sociais Felipe Bruner. “A juíza percebeu que eles foram presos de forma totalmente arbitrária e as acusações não configuravam flagrante. Mas os processos criminais continuam correndo”, disse. A decisão de soltar os estudantes é da juíza Juliana Guelfi, do Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo), do fórum criminal da Barra Funda, na Zona Oeste da capital, segundo a assessoria de imprensa do TJ O senador Eduardo Suplicy enviou uma carta para o Secretário de Segurança do Estado, Fernando Grella Vieira, pedindo que ele tomasse providências. “As informações que recebo – e que constam das mensagens eletrônicas anexas – dão conta de que as prisões foram efetuadas de modo arbitrário, pois os citados estudantes não participavam da ocupação da Reitoria no ato da reintegração. O local, inclusive, estava vazio, pelos dados que tenho. Os jovens estavam passando no local, vindo de uma festa que ocorrera nas dependências da Faculdade de Filosofia, tendo, inclusive, recebido a solidariedade, na delegacia, do Prof. Milton Meira do Nascimento, que é chefe do Departamento de Filosofia da USP”, consta em carta do senador ao secretário, republicada pelo site do DCE da USP. Movimento da USP Desde o dia 1º de Outubro, os estudantes da USP entraram em greve pela democratização da universidade. Alguns alunos ocuparam a reitoria da Cidade Universitária, localizada na zona oeste de São Paulo. No dia 4, o Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu a liminar que permitia a reintegração de posse da reitoria através da ação da Polícia Militar. Os estudantes responsáveis pela greve exigiam o fim da lista tríplice para escolha de reitor, sendo substituída pelo voto direto. A devolução de dois blocos de moradia estudantil e o fim do convênio da USP com a PM também eram pautas do movimento. Na assembleia do dia 6, os alunos rejeitaram o termo de acordo proposto pelo reitor João Grandino Rodas, mantendo a greve por 757 votos contra 562.