Em depoimento à Comissão Temporária da Covid-19 na Câmara dos Deputados na manhã desta segunda-feira (26), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, voltou a ressaltar o uso da máscara como essencial para conter a propagação do coronavírus e, após listar emissoras e órgãos de imprensa que foram contratados para ação publicitária, lamentou o fato de o governo ainda não ter conseguido convencer a população sobre os perigos de "aglomerações fúteis".
"Eu estou aqui com a nossa assessora de comunicação e ela está me passando: campanha de prevenção e vacinação, veiculação de 30/03 a 06/05. Meio: televisão, rádio, mídia exterior e internet", afirmou listando as emissoras e veículos contemplados. "investimento: R$ 23 milhões, né?", disse o ministro, antes de reclamar da falta de conscientização da população.
"Eu acho, inclusive, que isso aqui deve ser ampliado fortemente. Porque a gente ainda não conseguiu convencer a população brasileira em relação aos malefícios dessas aglomerações fúteis. Isso é um fator de ampliar a circulação do vírus. E do uso das máscaras", ressaltou Queiroga.
"Eu acredito que só através de uma campanha educativa que vamos conseguir isso. Não será através de algum tipo de instrumento coercitivo. Pra mim, não vai resolver", disse o ministro.
Queiroga, no entanto, ignorou as aglomerações causadas pelo presidente Jair Bolsonaro (Sem partido), que ignora o uso de máscaras em contato com apoiadores e se irrita com assessores que usam o artefato no Planalto.
O ministro também não se pronunciou sobre a campanha sistemática do presidente pedindo que apoiadores sabotem e não assistam os mesmos veículos de comunicação que o governo destinou a campanha milionária de conscientização.