Sarcástico, Moro leva Dallagnol em ato político na superintendência da PF onde Lula está preso

"É uma tentativa abjeta de desviar o foco dos casos Queiroz e Marielle. Ministro dos factóides no governo das fake news", disse Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT, que considera o ato uma provocação

Deltan Dallagnol e Sergio Moro - Foto: Arquivo
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O ministro da Justiça, Sergio Moro, aprendeu rápido com o chefe, Jair Bolsonaro, a usar o sarcasmo para provocar adversários políticos. Nesta sexta-feira (1º), Moro convidou o procurador Deltan Dallagnol, da Lava Jato, para inaugurar uma delegacia para investigações de crimes financeiros e de corrupção na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde Lula cumpre prisão política. Presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann considera o ato uma "provocação indecente ao Supremo Tribunal Federal". "Essa visita é uma provocação indecente ao STF [Supremo Tribunal Federal], que está para julgar os crimes que Moro cometeu contra Lula", afirma. Gleisi disse ainda que Moro tenta desviar o foco dos casos Queiroz e Marielle, que envolvem diretamente o clã Bolsonaro. "[A ida do ministro a Curitiba é uma] tentativa abjeta de desviar o foco dos casos Queiroz e Marielle. Ministro dos factóides no governo das fake news. O modelo de combate à corrupção de Sergio Moro é conhecido: perdoou as penas dos verdadeiros corruptos em troca de delações contra seu adversário político", disse, Gleisi. A Delegacia Modelo de Investigação e Análise Financeira fará parte da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros da PF no Paraná e começou a ser implantada em fevereiro deste ano.