Siemens denuncia formação de cartel nas obras do metrô de São Paulo

Esquema envolveria outras 11 empresas para fornecer equipamentos superfaturados em até 20% ao governo do Estado

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Esquema envolveria outras 11 empresas para fornecer equipamentos superfaturados em até 20% ao governo do Estado Da Redação do SPressoSP A multinacional alemã Siemens delatou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que junto com mais 11 empresas, fazia parte de um esquema de formação de cartel nos contratos para as obras do metrô e trens do governo do Estado de São Paulo, pressionando o governador Geraldo Alckmin. Segundo a denúncia, as empresas foram contratas para fornecer equipamentos com preços até 20% superiores caso concorressem normalmente. O cartel teria atuado em ao menos seis licitações, mas não se sabe ao certo o tamanho do prejuízo. A estimativa é que o mercado de transporte sobre trilhos movimente R$ 4 bilhões por ano no País. Em São Paulo, estão sendo investigados o Projeto Boa Viagem, de modernização de trens da CPTM, a extensão da linha 2 – verde do Metrô, a contratação da série 3000 (CPTM), a manutenção das séries 2000 e 2100 (CPTM) e a construção da fase 1 da linha 5 – lilás. Também são investigadas as obras de manutenção do metrô de Brasília, em 2007, que custava R$ 96 milhões ao ano. Além da Siemens, o esquema envolveria ainda outras multinacionais, como a Alstom, a canadense Bombardier, a espanhola CAF e a japonesa Mitsui, que fazem parte do projeto do trem-bala entre Rio de Janeiro e São Paulo, que será licitado no próximo mês. Fazem parte também as empresas TTrans, Tejofran, MGE, TCBR Tecnologia, Temoinsa, Iesa e Serveng-Civilsan. Segundo informações do 247, “a Tejofran é fortemente ligada ao PSDB e cresceu exponencialmente nos governos de Mario Covas”. Ao delatar o esquema, a Siemens assinou um “acordo de leniência”. Assim pretende garantir imunidade administrativa e criminal, livrando-se de punição, caso o cartel seja confirmado e condenado. O caso foi noticiado pelo jornal Folha de S. Paulo deste domingo (14). A Alstom e a Mitsui informaram que estão colaborando com as investigações do Cade.