TSE: Relator aponta abuso de poder na campanha de 2014 e confirma voto a favor da cassação de Temer

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Na leitura de seu voto, o ministro Herman Benjamin afirmou que houve abuso de poder político e econômico da chapa Dilma-Temer em 2014 pelo fato da campanha ter sido, de acordo com a ação, abastecida com dinheiro de propina. Os outros ministros devem votar amanhã (9)  Por Redação  O ministro do Tribunal Superior Eleitora (TSE), Herman Benjamin, disse no início da noite desta quinta-feira (8), na terceira sessão do julgamento que pode cassar a chapa Dilma-Temer de 2014 e tirar o atual presidente do poder, que houve abuso de poder político e econômico no financiamento da campanha da coligação vitoriosa. Essa é a principal acusação da ação movida pelo PSDB depois de perder o pleito presidencial. De acordo com Benjamin, o abuso de poder político e econômico se deu pelo fato de que a campanha teria sido abastecida com dinheiro oriundo de propinas de empreiteiras através de contratos firmados com a Petrobras. O ministro classificou o suposto esquema como "propina gordura", pelo fato de que ela teria sido acumulada ao longo do tempo. "Os partidos que encabeçaram a coligação Com a Força do Povo acumularam recursos de 'propina-gordura', ou 'propina-poupança', que lhes favoreceram na campanha eleitoral de 2014", afirmou. Ele ponderou, no entanto, que a prática não foi uma exclusividade do PT e do PMDB. "Chamo atenção que não foram esses os dois únicos partidos a agir dessa forma. Há vastos documentos probatórios nos autos em relação aos outros partidos. Mas, como relator, e nós como juízes, só podemos analisar a coligação vencedora na eleição presidencial de 2014. Então, não se pense, por um segundo sequer, que isso que estou mostrando ou foi criação desses partidos políticos ou de seus integrantes, ou que se tratou de anomalia exclusiva desses partidos. Muito longe da verdade", completou. A principal base para a sustentação do voto de Benjamin são os depoimentos de ex-diretores da Petrobras e também relatos de executivos da Odebrecht. A defesa de Dilma e de Temer, bem como outros ministros, defendem que a delação da Odebrecht não seja usada para este processo. Se a maioria dos outros 6 ministros da Corte votar como Benjamin, a chapa é cassada e Temer, consequentemente, deixa de ser presidente da República. Pelas manifestações preliminares, no entanto, analistas apontam que a tendência é que Temer seja absolvido por 4 votos a 3.