UFRJ recebe Festival de Tecnologia Social e Economia Solidária

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Teve início, no dia 23/10, o “I Festival de Tecnologia Social e Economia Solidária”, organizado pelo Núcleo de Solidariedade Técnica (Soltec/UFRJ). O evento estende-se até amanhã, no térreo do bloco A do Centro de Tecnologia.

O Festival foi concebido como uma proposta de fazer com que houvesse uma conjugação de diferentes movimentos sociais - , explica o coordenador do Festival, professor Antônio Oscar. Segundo ele, a atuação do Soltec, desde a sua criação, dá-se principalmente no âmbito dos projetos, o que levou a direção do Núcleo a considerar também a interação com os movimentos sociais.

Oscar observou ainda que tudo foi pensado para que a discussão não se limitasse à Academia. Para tanto, os módulos de debates foram chamados de “Troca de Saberes”, a fim de que houvesse um fluxo de informações entre os acadêmicos e os atores dos movimentos sociais. As “Trocas Culturais”, por sua vez, reúnem a cultura popular e a cultura produzida pela UFRJ. Por fim, o coordenador reforçou o principal objetivo do Festival, que é juntar quem produz tecnologia com os potenciais usuários desta, preferencialmente aqueles que normalmente enfrentam obstáculos financeiros e sociais para utilizá-la de forma plena.

Em seguida, foram chamados os componentes da primeira mesa redonda do evento, cujo tema era “Tecnologias Sociais e Economia Solidária”. Fazia parte do grupo Daniel Tygel, do Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES); Rodrigo Fonseca, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Gabriel Kraychete, da Universidade Católica de Salvador (UCSal).

Para Fonseca, a tecnologia e a ciência não são neutras, muito menos têm um caminho pré-determinado. Ele afirmou que é falsa a idéia de que a simples evolução da técnica, por si só, ajuda a diminuir os problemas sociais. O representante da Finep afirmou ainda que a tecnologia é um fenômeno relacional, isto é, ela é produto das relações sociais na qual estamos inseridos, a base material da sociedade moderna. “Não devemos ser ingênuos a ponto de achar que podemos usar a tecnologia que está pronta de qualquer maneira, que podemos usar conhecimentos já desenvolvidos com outras intenções dentro do jogo de relações sociais que resulta em um sistema excludente”, alertou.

Além da agenda de deliberações, ocorre também uma feira de artesanato no hall de entrada do Centro de Tecnologia (CT/UFRJ), com estandes de grupos de Mangaratiba, Angra dos Reis, Pinheiral, São Gonçalo e Niterói.