SP: Militantes da UNE são agredidos pela PM em ato contra ministro da Educação

Durante o evento Milton Ribeiro classificou ato como “bagunça” e afirmou que se trata de coisa de gente que “não estuda”

Foto: UNE
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Um grupo de estudantes e militantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) se reuniu na cidade de Odessa (SP) para protestar contra a o ministro da Educação, que participou de evento na cidade.

Porém, a Polícia Militar interrompeu o ato e agrediu os estudantes. O ato aconteceu em frente ao Ginásio de Esportes do Jardim Santa Rosa, local onde ocorreu o evento que contou com a participação do ministro.

Por meio de suas redes, a UNE divulgou vídeo com o momento em que a presidenta da instituição, Bruna Brelaz, é arrastada por um policial.

https://twitter.com/uneoficial/status/1429150325437575171

Em outro vídeo, este divulgado pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), é possível ver dois PMs tentando arrancar a bandeira das mãos de um dos manifestantes, mas é impedido por um oficial da Guarda Municipal.

https://twitter.com/ubesoficial/status/1429149809647230976

"De quem Milton Ribeiro tem medo? Por que tem medo dos estudantes? Tá escondendo o que? Nós iremos ser pedra no sapato desse governo. Onde ele estiver os estudantes também estarão. Autoritários e antidemocráticos não passarão", declarou Brelaz em suas redes.

https://twitter.com/brunabrelaz/status/1429174748844630027

"Bagunça"

Durante o evento, o ministro Milton Ribeiro classificou o ato dos estudantes como "bagunça".

"Eu tenho certeza de que nenhum desses meninos barulhentos pertencem às cidades de vocês. Estão estudando. Gente que estuda não tem tempo de fazer bagunça", declarou o ministro.

“Alunos com deficiência atrapalham”

Após declarar que a universidade “deve ser para poucos” e que os reitores das instituições públicas “não podem ser esquerdistas e muito menos lulistas”, o ministro afirmou que a inclusão de estudantes com especialidades “atrapalha” os colegas em sala de aula.

“Inclusivismo, que é o inclusivismo? A criança com deficiência era colocada dentro de uma sala de alunos sem deficiência. Ela não aprendia. Ela atrapalhava o aprendizado dos outros porque a professora não tinha equipe, não tinha conhecimento para poder dar a ela atenção especial”, declarou o ministro da Educação.

Reitores esquerdistas




O ministro da Educação, Milton Ribeiro, declarou em entrevista ao programa “Sem Censura” que um reitor de universidade pública não precisa ser bolsonarista, mas não pode ser esquerdista ou lulista.

“De 69 universidades federais, 69 reitores, nós temos hoje… eu converso com todos, alguns eu olho mais de longe. Mas eu tenho uns 20, 25 reitores que eu converso plenamente. 10 deles eu trouxe para visitar o senhor presidente da República”.

Em seguida, o ministro afirmou que se trata de um fato inédito um reitor de universidade não ser esquerdista. “Coisa inédita, um reitor de uma universidade que seja, eu não digo que… ele não precisa ser bolsonarista, mas não pode ser esquerdista, não pode ser, já que falamos nome, não pode ser lulista”.

Universidade para poucos

O pastor Milton Ribeiro, ministro da Educação de Jair Bolsonaro, escancarou a face elitista do governo e afirmou que “a universidade deveria, na verdade, ser para poucos, nesse sentido de ser útil à sociedade”. A declaração foi feita em entrevista ao programa “Sem Censura”, na TV Brasil.

“Tem muito engenheiro ou advogado dirigindo Uber porque não consegue colocação devida. Se fosse um técnico de informática, conseguiria emprego, porque tem uma demanda muito grande”, disse Ribeiro.

“Pelo menos nas federais, 50% das vagas são direcionadas para cotas. Mas os outros 50% são de alunos preparados, que não trabalham durante o dia e podem fazer cursinho. Considero justo, porque são os pais dos ‘filhinhos de papai’ que pagam impostos e sustentam a universidade pública. Não podem ser penalizados”, disse Ribeiro.