Vacina de dose única contra a Covid testada na UFMG deve sair em 2022

Testes em voluntários devem durar 24 meses ; além da imunização em si, será avaliado se o medicamento evita que pacientes tenham forma grave da doença, para diminuir mortes

Vacina contra o coronavírus (foto: reprodução)
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A vacina contra Covid-19 que está sendo testada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) terá dose única e deve sair em 2022.  A previsão foi dada nesta quarta-feira (7) durante entrevista coletiva em que foi explicado o processo de testes.

A vacina que está sendo testada pelos profissionais da Faculdade de Medicina da UFMG é a Ad26.COV2.S, desenvolvida pela norte-americana Johnson & Johnson. Na UFMG, serão acompanhados até 2 mil pessoas, que podem ser de qualquer profissão, não necessariamente da área da saúde.

O coordenador do estudo, Jorge Andrade Pinto, professor da instituição, disse na entrevista que haverá, como usual nesse tipo de teste, um grupo em que será aplicado o imunizante que está sendo desenvolvido e outro no qual será aplicado placebo. Os voluntários não saberão que dose tomaram. “Todos serão acompanhados durante 24 meses para avaliarmos se houve diferença entre os grupos na frequência da infecção e na gravidade das manifestações clínicas, caso sejam infectados, além de verificarmos se houve reações adversas”, disse o coordenador do estudo. “Após a confirmação da eficácia, os voluntários da pesquisa que receberam o placebo serão priorizados na distribuição da vacina efetiva.”

Segundo ele, uma única dose é suficiente para imunizar. “É uma vacina muito promissora, que utiliza como vetor um adenovírus humano, sem capacidade de replicação, no qual é inserido o material genético do Sars-CoV-2”, explica o professor. Um dos objetivos do produto que será sendo testado é prevenir que o paciente tenha uma forma moderada ou grave de Covid-19, para assim diminuir o risco de morte pela doença. “Se essa candidata a vacina conseguir atenuar a gravidade da infeção pelo coronavírus, será um grande efeito”, avalia Jorge Pinto.

Ao todo, serão recrutados de 30 mil a 60 mil voluntários para os testes em Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru, África do Sul e Estados Unidos.