Viração, mais uma a dizer não à Globo

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"Não compactuamos com uma empresa que, num momento crítico como o que vivemos, incita o ódio e manipula informações", respondeu a organização ao convite da GloboNews para participar de uma "conversa sobre jornalismo colaborativo" Por Viração No dia 17 de março de 2016, perto das 15h, a equipe da Viração recebeu um convite da GloboNews para que um representante da Vira participasse de uma conversa sobre jornalismo colaborativo no dia 31 de março, coincidentemente (ou não) o dia em que ocorreu o Golpe Militar em 1964. “Estamos convidando jovens de periferias de São Paulo que são: ligados à produção visual e/ou formadores de opinião e/ou que tem o olhar voltado para a notícia”, consta no convite, que não divulgaremos para preservar a privacidade da pessoa que nos contatou. A Viração negou o convite devido às crenças e ideais seguidos nesses 13 anos de história, segue abaixo a resposta dada à GloboNews: "Cara xxx, Agradecemos seu contato, mas recusamos o convite para participar do evento na sede da Globo News por uma questão de coerência com o que acreditamos e fazemos na Viração, que diverge em absolutamente tudo do que pratica a Rede Globo. A Viração luta pelo direito humano à comunicação, violado desde sempre pela Globo, que atua fortemente para impedir qualquer tentativa de democratização das comunicações no País. Produzimos uma comunicação responsável, democrática e popular e não compactuamos com uma empresa que, num momento crítico como o que vivemos, incita o ódio e manipula informações. A Rede Globo coloca em risco nossa democracia para alcançar seus interesses políticos, ideológicos e econômicos e não podemos concordar com isso. A democracia nos é muito cara e caminhamos ao lado de pessoas e movimentos que dedicaram e dedicam suas vidas a ela. Além disso, não acreditamos que a Rede Globo possa realizar uma iniciativa de “jornalismo colaborativo”, pois a colaboração só pode se dar em relações pautadas pela igualdade, solidariedade e respeito. Seguimos na luta, colaborando com milhares de comunicadores midialivristas, que enfrentam diariamente o poder hegemônico da Rede Globo, e de todo o monopólio midiático para construir uma narrativa popular da história contemporânea do Brasil, que defenda os direitos humanos, os interesses efetivamente públicos do país e da democracia. Atenciosamente, Equipe da Viração Educomunicação" Outros boicotes: Nessa semana, o professor de Relações Internacionais da PUC de São Paulo, Reginaldo Nasser, o pesquisador João Feres Jr., do GEMAA (Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa), recusaram convites para dar entrevista à Rede Globo. Alem deles, a produtora Sinai Sganzerla, filha do diretor Rogério Sganzerla também boicotou a Globo ao descobrir que a Fundação Roberto Marinho está por trás dos contratos do MIS, por isso não autorizou o uso de imagens de filmes de seu pai para compor o acervo do museu. Leia também: Reginaldo Nasser diz não à GloboNews: “Foi uma decisão política” Historiador da USP recusa entrevista à Folha: “Por que não contatam o Marco Antonio Villa?” Foto: Levante Popular da Juventude