NOÇÃO DO RIDÍCULO

Pequenez e desespero: Bolsonaro falou mal de Lula para Biden nos EUA

Filipe Martins, assessor da Presidência que fez gestos supremacistas no Senado, confirmou à Fox News que mandatário brasileiro passou parte da reunião com líder da Casa Branca “dizendo quem é Lula”

Créditos: TV Brasil/Reprodução
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O presidente Jair Bolsonaro não cansa de se manifestar por meio de gestos pequenos que demostram toda sua insignificância política diante da comunidade internacional. Liderando um governo que amplamente é considerado o pior da História do Brasil, com uma crise socioeconômica sem precedentes e frações imensas da população na miséria, passando fome, o ocupante do Palácio do Planalto foi à Cúpula das Américas, no início deste mês, em Los Angeles, nos EUA, e lá usou a maior parte do tempo em que esteve em reunião com Joe Biden para falar mal do ex-presidente Lula. A informação foi confirmada por seu assessor especial para assuntos internacionais Filipe Martins, o mesmo que é tido como um dos mais ultrarreacionários e extremistas a compor o governo federal e que já foi flagrado fazendo um gesto racista de supremacia branca numa audiência do Senado, em entrevista à Fox News.

“Demorou muito, tomou um tempo, mas finalmente quando o presidente Bolsonaro pôde se sentar com o presidente Biden, pôde lembrar a Biden quem Lula da Silva é e a quantidade de corrupção e a quantidade de escândalos que tínhamos aqui no Brasil. E eu acho que o presidente Biden entendeu que é melhor para os EUA que o presidente Bolsonaro e um governo pró-democracia continue no poder no Brasil”, disse Martins ao canal estadunidense.

O mais surpreendente em toda essa história de baixaria e pequenez de Bolsonaro é que ele e seu grupo de radicais, do alto de sua estultice tosca, acreditem que ao falar para Joe Biden “quem é Lula” estariam revelando algo que fará o homem mais poderoso do Terra mudar seu entendimento geopolítico em relação a um futuro governo brasileiro.

Biden foi vice-presidente dos EUA por oito anos, ao lado de Barack Obama, é um político com mais de meio século de experiência e tem à sua disposição uma das diplomacias mais influentes, profissionais, estruturadas e poderosas do planeta. Crer que meia dúzia de comentários desconexos de um bronco ridicularizado mundo afora fará alguma diferença aos ouvidos do ocupante da Casa Branca é risível e absolutamente infantil. Como dizem nossos vizinhos de língua espanhola, "para el ridículo no hay vuelta".

Ainda que Martins estivesse falando para a bolha de lunáticos de extrema-direita dos dois países, uma vez que a entrevista foi para o jornalista Tucker Carlson, o mais reconhecido porta-voz do jornalismo voltado aos segmentos reacionários norte-americanos, a atitude de revelar que um presidente perde seu tempo com o líder dos EUA falando mal de seu adversário eleitoral, por quem presumivelmente será derrotado em outubro, é mais uma das provas de que o atual "governo" será visto no futuro como uma das maiores vergonhas de toda nossa história.