Ministro da Justiça põe em xeque provas da JBS

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Torquato Jardim afirma que é “razoável presumir” que exista suspeita de “manipulação pelos agora presos”, Joesley Batista e Ricardo Saud. Da Redação Nesta segunda-feira (11), o ministro da Justiça de Temer, Torquato Jardim, comentou sobre as recentes prisões de Joesley Batista e Ricardo Saud. Para ele, isso traz dúvidas para a continuidade do processo. “Razoável presumir que depoimentos e provas fiquem sob suspeição de manipulação pelos agora presos. O MPF por certo será ainda mais cuidadoso e minucioso ao examinar os fatos e os documentos pertinentes”, apontou. Disse ainda que faltou “preparo profissional” por parte do Ministério Público, durante a atuação nos depoimentos dos empresários da JBS. “Não é possível, não seria razoável admitir, que esses dois delatores e outros mais tenham enganado tão bem tantos, tanto tempo (...) O triste, além de todas as consequências jurídicas para quem foi envolvido, é que a delação esteja sendo colocada em prática por pessoas que não se preparam para essa tarefa”, condenou. Ao ser perguntado sobre a anulação dos benefícios dos delatores, Torquato Jardim preferiu não opinar. Assim como fugiu quando o assunto foi a segunda denúncia a ser apresentada por Rodrigo Janot contra Michel Temer. “Isso é de competência exclusiva do procurador-geral”, escapou. Sobre o Rocha Loures ser filmado com a mala com R$ 500 mil da JBS destinados a Temer, o ministro disse que “não tem nada a ver”. Em entrevista à Folha, Torquato Jardim confirmou ainda a mudança no comando da Polícia Federal. Apesar de evitar adiantar nomes, deu sinais que já tem uma pessoa certa para o cargo, uma vez que quando perguntado sobre três indicações que ele teria, Jardim reduziu o plural ao singular: “Não são”. Sobre os R$ 51 milhões em dinheiro vivo, encontrados no apartamento de Geddel Vieira Lima, o ministro de Temer disse ter ficado impressionado. “E que estejam acontecendo casos ainda dessa dimensão, que é chocante. Choca a cidadania, choca qualquer um”. Negou existir pânico nos bastidores do Palácio do Planalto após a prisão do ex-braço direito de Michel Temer. *com informações da Folha Foto: Marcos Corrêa/PR