Ministro de Bolsonaro diz que a solução para o Mais Médicos está distante da realidade

Luiz Henrique Mandetta diz que o problema pode ser "o preenchimento de vagas nas áreas de difícil provimento, que muito provavelmente não serão ocupadas”

Bolsonaro e Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) (Foto: Rafael Carvalho/Governo de Transição)
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De acordo com informações da coluna de Mônica Bergamo, até o próprio Luiz Henrique Mandetta, futuro ministro da Saúde do presidente eleito, Jair Bolsonaro, ainda está reticente quanto à solução para a substituição dos médicos cubanos no programa Mais Médicos. Ele diz estar “esperando” o prazo final de inscrição de brasileiros antes de fazer qualquer avaliação sobre a tentativa de preencher as vagas deixadas pelos cubanos. “Estou olhando com atenção e muito ciente de que a ideia de que está tudo resolvido está distante da realidade”, afirma. Fórum precisa ter um jornalista em Brasília em 2019. Será que você pode nos ajudar nisso? Clique aqui e saiba mais O governo divulgou de maneira antecipada que 97% das vagas deixadas pelos cubanos já estão “preenchidas”, mas o próprio Mandetta vê o dado com cautela. “Tem que ver se isso vai ser concretizado”, diz. É preciso saber se os brasileiros inscritos vão se apresentar para trabalhar. “O problema pode ser o preenchimento de vagas nas áreas de difícil provimento, que muito provavelmente não serão ocupadas”, alerta. Em grandes centros, o programa não tem tido problema algum para o preenchimento das vagas. De acordo com o futuro ministro, “a primeira cidade a lotar” de médicos no edital lançado pelo governo “foi Brasília”. “Mas nós precisamos de médicos em áreas críticas, como Xingu, Acre, Vale do Jequitinhonha”, disse. Para ele, os editais do programa deveriam recrutar primeiro doutores para regiões vulneráveis. Mandetta disse ainda descartar a convocação de recém-formados que pagaram seus cursos com financiamento público para uma espécie de serviço civil obrigatório. Mas diz que poderia ser possível, por exemplo, usar mecanismos de incentivo, como o abatimento da dívida deles com o Fies. “Há uma geração de médicos endividados, que pagam R$ 10 mil por mês numa faculdade de medicina por seis anos e saem com débitos de R$ 1 milhão”, afirma. A outra opção seria uma parceria com as Forças Armadas, que mantêm médicos em regiões remotas do país. “Mas vamos esperar pelo resultado do edital”, diz Mandetta. Agora que você chegou ao final desse texto e viu a importância da Fórum, que tal apoiar a criação da sucursal de Brasília? Clique aqui e saiba mais