O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) aponta em sua coluna na Folha deste sábado (10) que a “quantidade de evidências que as autoridades policiais reuniram sobre o esquema das rachadinhas” fez com que o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ) recuasse. Para Haddad, o ocupante do Planalto sentiu o golpe “e busca, circunstancialmente, uma conciliação com o Congresso e o STF”.
Haddad lembra que “o Coaf identificou a estranha movimentação antes das eleições, e, segundo o empresário Paulo Marinho, os Bolsonaros foram alertados do ocorrido pela própria Polícia Federal. A narrativa do establishment não podia ser contestada. No segundo turno da eleição, havia dois extremistas, mas um deles representava a banda podre da política, e o outro, o messias. Queiroz foi demitido, preventivamente, antes do segundo turno, e o país só veio conhecê-lo, e seus famosos depósitos, depois do escrutínio”.
Ele lembra ainda que “Bolsonaro, a princípio, tentou falar grosso. Entretanto, o ‘acabou, porra!’ terminou em abraço, e o que de fato acabou foi a Lava Jato”.
O ex-prefeito adverte que “a operação para blindar os meninos segue o seu curso. Enquanto isso, a sensação é a de que vivemos em ‘plena’ democracia ao tempo em que a República é corroída miseravelmente, em clima de harmonia entre os Poderes”.
Ao final, Haddad usa ironia e recorda que “Moro, cansado da política, estuda mudar-se para a metrópole. E aqui a carne continua cara por culpa dos filhos do Lula, donos da Friboi”, encerra.