Após incluir dois dispositivos para direcionar recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que foram derrubados pelo Senado, deputados bolsonaristas agora manobram para tentar impedir que o Projeto de Lei vá a votação nesta quinta-feira (17) na Câmara.
Vice-líder do PSOL na casa, Fernanda Melchionna (RS), denunciou uma tentativa de compra de votos por Jair Bolsonaro após a divulgação do que seria a única pauta da sessão desta quinta, que pode liberar R$ 48,3 milhões em crédito extra para os Ministérios da Agricultura e do Turismo.
"É escandaloso que a Câmara discuta agora um projeto do governo Bolsonaro para liberar R$ 48 milhões em DINHEIRO PÚBLICO para COMPRAR deputados visando a eleição da presidência da Casa. E ainda tira dinheiro do Bolsa Família! Continuamos resistindo", tuitou Fernanda no Twitter, antes da sessão ser interrompida.
Líder do PCdoB, Perpétua Almeida (AC), afirmou que o governo montou um "kit obstrução" para postergar a votação do Fundeb.
“Eu vi o kit obstrução da base do governo. Daria de 10 a 12 horas de sessão, se for cumprido o que eles planejaram. E eu pergunto: fizeram isso para quê? Para não votar o Fundeb?”, declarou a deputada, que cobrou um acordo para levar o projeto para votação
“Nós não vamos aceitar discutir nenhuma pauta do Congresso se não sentarmos e não discutirmos o compromisso da base do governo com o Fundeb, com a educação do País”, complementou.
Medida Provisória
Após ser derrotado no Senado, o governo quer editar uma Medida Provisória (MP) para substituir o PL, com a possibilidade de reincluir os vetos do Senado
“É bem verdade que o principal tema dessa discussão que hoje começa com o Fundeb, e sabemos que, se houver dificuldades, o governo já está pronto para editar a medida provisória”, afirmou Arthur Lira, líder do PP e candidato de Bolsonaro para a presidência da Câmara.