O ex-presidente Lula (PT) afirmou nesta quinta-feira (18), em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, do UOL, que o ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas agiu como um "falso general" ao articular com o Alto Comando, em 2018, uma estratégia para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a não aceitar um habeas corpus apresentado pelo petista.
"As Forças Armadas servem para cuidar da soberania nacional. Não para interferir se alguém vai disputar ou não a presidência da República. Me parece um jeito falso de chegar ao poder", disse o ex-presidente.
"Villas Bôas não agiu corretamente, foi um falso general. Eu acho que em algum momento vai ter que chamar alguém para explicar o porquê aconteceu isso. Quem convidou eles para dar esse palpite?", completou.
Na véspera do julgamento no STF, no dia 3 de abril de 2018, Villas Bôas declarou nas redes sociais que o Exército “julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade”.
No livro recém-lançado, "General Villas Bôas: conversa com o comandante", o militar narra que o texto dele foi redigido em conjunto com "integrantes do Alto Comando" da caserna.
Sobre a participação da cúpula do Exército no episódio, Lula afirmou: “Eu tinha o Alto Comando em alta conta. Se aquilo for verdade, eu não tenho mais”.