Conselho de Ética da Alesp dá férias remunerada para gabinete de deputado que assediou Isa Penna

O deputado Emídio de Sousa, relator do processo e a favor da cassação, disse que a seção foi "patética"

Isa Penna (Reprodução)
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O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) ser reuniu na manhã dessa sexta-feira (5) para dar prosseguimento ao processo contra o deputado Fernando Cury (Cidadania) que assediou sexualmente Isa Penna. O que era para ser uma punição exemplar, se transformou em férias remunerada para o gabinete do parlamentar.

O deputado Emídio de Souza (PT), que foi relator do caso, havia sugerido, com punição a Cury, a suspensão por seis meses do mandato sem remuneração ou acesso a qualquer benefício para todo o gabinete.

Porém, o deputado Wellington Moura (Republicanos) apresentou discordância e afirmou que seria o "primeiro caso de suspensão de mandato sem vencimentos da Casa" e, como contrapartida, propôs suspensão de quatro meses para o mandato, mas a suspensão dos vencimentos não atingiria os funcionários do gabinete.

Barro Munhoz (PSB) declarou que era a favor da suspensão sem vencimentos por um ano e que o advogado de Cury "fez uma ginástica para esconder uma gritante falha, clara e cristalina e que a punição de 119 doas é cômica e nojenta".

Adalberto Freitas (PSL), Alex de Madureira (PSD), Estevam Galvão (DEM) e Delegado Olim (PP) votaram pelo voto em separado junto com Moura e, posterior aos seus respectivos votos, se retiraram da sala.

Os demais componentes do Conselho Ética votaram pela relatoria de Emídio de Souza, que previa suspensão de seis meses sem direito aos vencimentos que, além de atingir Cury, se estenderia por todo o gabinete. Mas, prevaleceu a suspensão de Cury por quatro meses, mas o gabinete seguiria ativo e os funcionários a receber os vencimentos.

Emídio de Souza afirmou que o "Conselho de Ética se comportou de forma patética e cômica" e renunciou ao conselho. Munhoz afirmou que o Conselho agiu de forma "espúria. Para Érica Malunguinho (PSOL) prevaleceu o "corporativismo masculino".

Isa Penna afirmou que ‘mais uma vez o corporativismo e o machismo estrutural prevaleceram na casa, uma comissão de ética majoritariamente formada por homens fez um caráter violento em todas as sessões. Seguir remunerando um gabinete inteiro, seguir um mandato político. Isso é afago, é um presente. Seguir impune por um assédio’.


Agora a decisão do Conselho será encaminhada para votação no plenário.