Bolsonaro ameaça governadores e diz que “militares decidem como o povo vai viver”

Ao mesmo tempo, ele declarou, durante viagem a São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, que “ninguém pode acusar o presidente da República de não ser democrático”

Foto: Reprodução/Facebook Jair Bolsonaro
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Jair Bolsonaro usou os militares para fazer novas ameaças aos governadores que determinam medidas restritivas em seus estados para tentar evitar a propagação do coronavírus.

Durante viagem a São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, nesta quinta-feira (27), ele ressaltou como positivo o fato de seu governo contar com mais “ministros militares que naquele período de 1964 a 1985, quando tivemos cinco presidentes militares”, disse, de acordo com reportagem de Leonardo Miazzo, em Carta Capital.

Como sempre, o presidente estava sem máscara e fez um discurso aos militares, junto com os ministros Luiz Eduardo Ramos, da Casa Civil, e Walter Braga Netto, da Defesa.

“Queremos paz, progresso e, acima de tudo, liberdade. A gente sabe que esse último desejo passa por vocês. Vocês é que decidem, em qualquer país do mundo, como aquele povo vai viver. Tenho certeza de que vocês agirão dentro das quatro linhas da Constituição se necessário for. Espero que não seja necessário, que a gente parta para a normalidade. Mas estamos longe dela ainda”, disse.

Ao mesmo tempo em que ameaçou governadores, Bolsonaro declarou, ainda, que “ninguém pode acusar o presidente da República de não ser democrático”.

Em campanha

Bolsonaro mantém agenda de campanha eleitoral. Seu único compromisso oficial nesta quinta era a inauguração de uma ponte de madeira de 18 metros de comprimento, entre o município de São Gabriel da Cachoeira e a Terra Indígena Balaio.

O ato foi em uma área próxima à maior jazida de nióbio do mundo, uma das bandeiras de campanha de Bolsonaro, e ao lado de terra indígena Yanomami.