Ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL) na sessão solene de abertura do ano legislativo no Congresso Nacional, nesta quarta-feira (2), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), fez um discurso abordando a defesa das minorias, além de citar projetos aprovados pelas Casas em 2021 para combater a discriminação.
Entre eles, Pacheco citou o projeto que previa distribuição gratuita de absorventes a pessoas em situação de vulnerabilidade social, vetado e ironizado por Bolsonaro.
"Na busca por uma sociedade mais igualitária, travamos uma batalha contra a desigualdade de gênero. No âmbito do direito à saúde, destaco o projeto de oferta gratuita de absorventes a pessoas em situação de vulnerabilidade social", disse o presidente do Senado.
Mesmo em meio a um dos governos mais racistas e LGBTQIAP+fóbicos da história do Brasil, Pacheco celebrou o combate à discriminação ou violência causada por orientação sexual, e a luta contra o racismo, dizendo que "nunca se atuou tanto nessa agenda quanto no ano passado no Congresso Nacional".
De todos os parlamentares nas casas legislativas, apenas 17,8% são negros. Isso quer dizer que, entre os 594 deputados federais e senadores, 106 declaram ser da cor preta ou parda.
"Mantivemos o combate de todas as formas de discriminação, na busca por um país mais inclusivo. Ninguém pode, de maneira alguma, sofrer algum tipo de discriminação ou violência por orientação sexual", afirmou o presidente do Senado, citando a derrubada em 2020 pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da restrição que proibia homossexuais de doarem sangue.
Pacheco "esquece" homofobia de Bolsonaro
Um detalhe, aparentemente esquecido por Pacheco, é que, apesar de todos os "supostos esforços do Congresso", o Brasil continua sendo o país que mais mata travestis e transexuais no mundo (entre os que disponibilizam os dados). Além disso, é comum o presidente fazer declarações explicitamente homofóbicas.
Recentemente, ele afirmou que as pessoas LGBTQIAP+ poderão ser alvos de algum tipo de punição divina “quando deixarem esta terra”. “Ninguém é contra duas pessoas conviverem no seu canto e serem felizes. Cada um fez o que bem entender da sua vida. E quem acredita, né… Vai ver depois como se entende quando deixar essa terra. A gente não entra nessa Seara”, disse Bolsonaro.