TEOCRACIA

Michelle volta a defender ministro demitido por corrupção no MEC

Como uma deslumbrada que só se importa com o proselitismo religioso enjoativo de seu grupo, esposa de Bolsonaro diz que “Deus provará inocência” de Ribeiro e que “ama a vida dele”

Michelle e Jair Bolsonaro em culto evangélico (Presidência da República).
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A primeira-dama Michelle Bolsonaro voltou a fazer uma defesa apaixonada, e recheada de um proselitismo religioso enjoativo, do agora ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, envolvido no escândalo de corrupção do gabinete paralelo de pastores que recebiam propina dentro do MEC para "autorizar" a liberação de verbas públicas para prefeituras de todo país.

Michelle não é parte do governo, é apenas esposa do presidente da República, cargo sem função institucional e sem poderes formais no ordenamento jurídico nacional, mas parece não perceber que os brasileiros não são obrigados a engolir e aceitar seus delírios deslumbrados de suposta devota do evangelismo neopentecostal. Num incomum pronunciamento para jornalistas, a companheira de Jair Bolsonaro voltou a menosprezar a inteligência dos repórteres e de suas audiências ao proferir um discurso fortemente messiânico de defesa aguerrida de um pastor que assumiu um dos ministérios mais importantes do Brasil e montou um departamento extraoficial com “irmãos” de fé que desempenhavam função pública sem ter qualquer credencial do funcionalismo, exigindo pagamentos para “permitir” que dinheiro do povo fosse destinado aos municípios para construção de escolas.

“Só posso dizer que eu amo a vida dele. Deus sabe de todas as coisas. Vai provar que ele é uma pessoa justa, sincera e leal”, disse a primeira-dama na tarde desta segunda-feira (28).

É simplesmente inconcebível que uma mulher sem qualquer poder formal no organismo republicano do país, que vive a repetir bobagens e presunçosas palavras sábias adornadas de uma intragável religiosidade insana venha ganhando tanto protagonismo. Seu fanatismo reacionário e venal tem peso na formação de políticas públicas, norteia nomeações para cargos ministeriais e até levou um de seus “irmãos” de confissão a ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), a mais alta corte do Judiciário.