ELEIÇÕES 2022

Wadih Damous critica PSB e afirma que Lula "não pode ser prejudicado por personalismo"

Partido Socialista Brasileiro homologou chapa de Marcelo Freixo e manteve a candidatura de Molon ao Senado, o que vai de encontro ao acordo firmado com o Partido dos Trabalhadores

Wadih Damous critica PSB e afirma que Lula "não pode ser prejudicado por personalismo".Créditos: Ricardo Stuckert
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A convenção nacional do PT deliberou na manhã desta quinta-feira (21) resolução que orienta o PT do Rio de Janeiro a não realizar a convenção prevista para homologação da aliança com Marcelo Freixo até decisão da Executiva Nacional sobre o assunto, o que deve acontecer na próxima semana.

A medida decorre de solicitação do vice-presidente nacional do partido Washington Quaquá para que a direção nacional petista reveja o apoio declarado ao candidato do PSB no Rio em razão do rompimento do acordo nacional, segundo o qual o PSB indicaria o candidato ao Governo e o PT, o nome ao Senado. Nesta quarta-feira, o PSB rompeu o entendimento e lançou candidatos para os dois cargos: Freixo para o Governo; Alessandro Molon para o Senado.

Na composição da aliança, o PSB excluiu o PT de todas as posições na chapa. O vice foi ofertado ao PSDB, que deve indicar o ex-prefeito Cesar Maia. Na formatação da coligação, costurada por Marcelo Freixo e a direção do PSB, cabe ao PT fluminense apenas apoiá-lo.

Diante da repercussão da decisão do PT, alguns dirigentes do Partido dos Trabalhadores foram às redes para ressaltar que o apoio de Lula a Marcelo Freixo, candidato do PSB ao governo estadual do RJ, está mantido, mas a aliança corre risco caso a candidatura de Molon ao Senado seja mantida. 

O ex-deputado federal e dirigente do PT-RJ Wadih Damous declarou que o PSB "descumpriu acordo celebrado com o PT". 

"O PSB ao homologar a candidatura de Molon ao Senado descumpriu o acordo celebrado com o PT. Isso se chama falta de respeito. Na política, descumprimento de acordo sempre gera consequências. O PT vai ter de reavaliar o quadro eleitoral no Rio", escreveu Damous. 

Para Damous, "a candidatura de Lula não pode ser prejudicada por projetos personalistas irresponsáveis que não levam em conta a desgraça do Brasil e do Rio de Janeiro". 

Membor do Diretório Nacional do PT, Alberto Cantalice também criticou a decisão e deu exemplos de como o PT seguiu o acordo entre as legendas. 

"Em Pernambuco o PSB exigiu palanque único para o Lula: Danilo Cabral PSB governador e Teresa Leitão PT senadora. No Rio de Janeiro queremos a mesma coisa: Freixo PSB governador e André PT senador. Não vamos nos curvar ao projeto pessoal de Mollon. Lula-Freixo-André. Sem oportunismo", criticou Cantalice. 

Cantalice também afirmou que o PSB vai ter de decidir entre um projeto coletivo ou um pessoal.