LAVA JATO

Farra das diárias: Deltan Dallagnol pode se tornar ficha suja e ficar inelegível em processo no TCU

Investigação sobre o uso da verba pública pela operação Lava Jato descobriu que milhões foram gastos em diárias e passagens

Farra das diárias: Deltan Dallagnol pode se tornar ficha suja e ficar inelegível em processo no TCU.Créditos: Reprodução de Vídeo
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O Tribunal de Conta da União (TCU) deve retomar nos próximos dias o julgamento contra o ex-procurador Deltan Dallagnol e o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot no processo que ficou conhecido como "farra das diárias”, pois, se investiga gastos no âmbito da força-tarefa da Lava Jato com passagens aéreas e diárias. Caso sejam condenados, podem ficar inelegíveis. Janot e Deltan desejam disputar cargos na eleição deste ano. 

Dessa maneira, o TCU tem até o dia 15 agosto para entregar à Justiça Eleitoral a relação de pessoas condenadas por irregularidade no manejo do dinheiro público. Caso Deltan e Janot configurem nessa lista, serão considerados ficha suja e não poderão ser candidatos. 

O ministro Bruno Dantas, em 2021, acatou representação do subprocurador Lucas Furtado, do Ministério Público junto ao TCU, e determinou um pente-fino nos gastos da Lava Jato com viagens e diárias e concluiu que houve prejuízo ao erário e violação ao princípio de impessoalidade, com a adoção de um modelo "benéfico e rentável" aos integrantes da Lava Jato. 

Os magistrados entenderam que o modelo adotado pela força-tarefa da Lava Jato, no qual procuradores permaneciam em Curitiba para trabalhar, mas não eram removidos formalmente para a cidade, gerou prejuízos, pois, por não residirem oficialmente na capital paranaense, eles recebiam diárias como se morassem em outro lugar. 

Foram investigados pelo TCU: Antônio Carlos Welter, que recebeu R$ 506 mil em diárias e R$ 186 mil em passagens; Carlos Fernando do Santos Lima, que recebeu R$ 361 mil em diárias e R$ 88 mil em passagens; Diogo Castor de Matos, com R$ 387 mil em diárias; Januário Paludo, com R$ 391 mil em diárias e R$ 87 mil em passagens, e Orlando Martello Junior, que recebeu R$ 461 mil em diárias e R$ 90 mil em passagens. 

Os procuradores alegam que receberam os recursos de boa-fé e que não são responsáveis pelo modelo de pagamentos e defenderam a legalidade do dinheiro que receberam. 

Com isso, Janot, que comandava o Ministério Público Federal, e Deltan Dallagnol, que coordenava a força-tarefa, pode ser condenados a devolver o dinheiro solidariamente. 

 

 

 


Com informações da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo.