MILITARES NA MIRA

Ala do governo Lula defende exoneração do comandante do Exército por conivência com terroristas

Para aliados de Lula, general Júlio César Arruda teria sido, no mínimo, conivente com terroristas quando montou uma barreira de soldados protegendo o acampamento após ato de destruição na Praça dos Três Poderes.

José Múcio, ministro da Defesa, e Júlio César Arruda, comandante do Exército.Créditos: Antônio Oliveira/ Ministério da Justiça
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A proteção a golpistas acampados por mais de 60 dias em frente a quartéis-generais de todo o país e a atuação no mínimo conivente da cúpula militar diante dos atos terroristas provocou uma crise interna no Exército, que está sendo discutida no Palácio do Planalto.

Uma ala do governo Lula já teria alertado o presidente sobre a atuação do comandante da força, o general Júlio César Arruda, e defende a exoneração do militar do cargo máximo dentro do Exército.

Segundo o jornalista Paulo Capelli, no portal Metrópoles, aliados do Planalto pedem a Lula que exonere o general por ter dado guarida e montado uma barreira diante dos golpistas que impediu que a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) desmantelasse o acampamento que abrigava terroristas em Brasília já na noite após a ação que destruiu o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.

Suposto diálogo divulgado pelo jornal The Washington Post neste domingo (15) mostra que Arruda teria dito claramente ao ministro Flávio Dino, da Justiça: "Você não vai prender ninguém aqui". O diálogo ocorreu na noite do fatídico dia 8 de janeiro.

Em depoimento, o ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, Fábio Augusto Vieira, preso na última terça-feira (10), disse que militares das Forças Armadas teriam impedido por duas vezes que os arruaceiros que se refugiavam no acampamento em frente ao Quartel-General fossem presos após os ataques.

Além disso, o comando do Exército teria vetado por duas vezes a desmobilização do acampamento após os primeiros atos terroristas, ocorridos na noite do dia 12 de dezembro, após a diplomação de Lula.

Visto como um militar com muitas divergências com o novo governo, Arruda deve, por ora, ser mantido no cargo.