DIÁLOGO COM A SOCIEDADE

Governo Lula: Padilha anuncia volta do Conselhão com 40% de mulheres, entre elas Luiza Trajano

Conselho terá diversidade étnica e racial e pretende implodir o "cercadinho" de Bolsonaro, colocando na mesma mesa atores diversos, como ruralistas e MST.

Lula em audiência com o ministro Alexandre Padilha, de Relações Institucionais.Créditos: Ricardo Stuckert
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O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, anunciou pelas redes sociais a recriação do chamado Conselhão, órgão de consulta à sociedade civil que foi protagonista no desenvolvimento de uma série de políticas públicas no primeiro governo Lula, em 2002.

As novidades, segundo Padilha, é o protagonista das mulheres, que ocuparão 40% das cadeiras do Conselhão, que terá ainda diversidade étnica e racial e agregará ainda a sustentabilidade como prioridade na pauta.

"O Conselhão será formado por 40% de mulheres, entre elas Luiza Trajano, Neca Setúbal e Cristina Junqueira. É um lugar importante de representação feminina conquistado no governo @lulaoficial. Fico feliz em ver mais espaços de poder serem ocupados por elas", tuitou Padilha, fazendo menção ao Dia Internacional das Mulheres, celebrado nesta quarta-feira, 8 de Março.

"A composição do Conselhão, com mais de 150 representantes da sociedade civil, terá inédita diversidade étnica e regional, com diferentes setores da sociedade", emendou o ministro.

Na entrevista ao Valor Econômico, Padilha afirmou que a reestruturação do Conselhão faz parte de um programa de reabilitação das relações institucionais.

"O presidente anunciou a intenção dele de recriar o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social. A gente acrescenta a esse nome o a ideia de “sustentável”, na medida provisória de recriação dele. É uma necessidade do país. O Brasil viveu, durante o período Bolsonaro, quatro anos de conflito, de interdição do diálogo, de interdição da ideia de que é possível construir consensos. O tempo todo era polarização, disputa política, conflito, querer exterminar o diferente. É uma necessidade do país ter uma mesa onde nós acreditamos que é possível construir agendas comuns, é possível construir consensos".

Para o ministro, o Conselhão coloca fim à "era de um presidente que só queria viver na sua bolha", em crítica direta a Jair Bolsonaro, e que o órgão vai implodir o "cercadinho" do Palácio da Alvorada.

A era de um presidente que só queria viver na sua bolha, no seu cercadinho acabou. O Conselhão, de uma certa forma, é a erosão final do cercadinho do Bolsonaro. É criar um espaço para a cena pública com muita diversidade, onde vai estar sentado, de um lado, um grande representante do agronegócio e, do lado, dele um representante do MST, da agriculta familiar, do setor urbano, da diversidade cultural, da Região Nordeste do país, da Região Sul. [O Conselhão] é erodir o cercadinho do Bolsonaro e a sociedade de bolhas, essa ideia da sociedade fechada na sua bolha do WhatsApp".

Segundo Padilha, o Conselho terá Lula, Geraldo Alckmin e ele próprio como representantes fixos do governo. 

"A gente parte de um número com mandatos que podem ser renovados. Tem em torno 150, 160. E com maior representação. Um pouco mais de 40% de participação de mulheres, o que é um ganho enorme em relação ao Conselhão de 2003. Terá representação de todas as regiões, maior participação de representantes negros. A gente fez um grande esforço de aumentar fortemente a representação de mulheres".