A Bial, Moro revela ex-presidente do BC de Figueiredo como "guru" macroeconômico

Economista Affonso Celso Pastore integrou a comitiva da Ditadura ao FMI em 1969, quando os militares alinharam a política econômica aos interesses liberais. Na Globo, Moro ainda fez coro com Bolsonaro e atacou o STF.

Pedro Bial e Sérgio Moro (Reprodução)
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Em entrevista de compadrios no programa Conversa com Bial, de Pedro Bial, na Globo, nesta terça-feira (16), o ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (Sem partido), Sergio Moro, revelou que o economista Affonso Celso Pastore, que presidiu o Banco Central no governo João Figueiredo, ainda na Ditadura Militar, é seu "guru" em assuntos macroeconômicos.

"O problema é que esse projeto ainda está sendo construído e a partir do momento em que se revelam nomes, as pessoas ficam sob uma pressão terrível. Eu vou revelar um, e vou pedir escusas para não revelar outros: no nível macroeconômico quem tem me ajudado é um economista de renome, um dos melhores nomes do país, alguém que eu conheço há muito tempo, que é o Affonso Celso Pastore", afirmou, sobre a equipe que está montando para assessorá-lo na disputa presidencial em 2022.

O termo "guru" foi cunhado pela própria Globo ao anunciar um teaser de Moro no site do programa de Pedro Bial. "A Bial, Moro diz que está preparado pra ser presidente e revela guru na economia", diz a chamada da nota.

Pastore formou-se em 1961, em economia, na Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da Universidade de São Paulo (FEA-USP).

Em 1969, já durante a ditadura, integrou a delegação do governo brasileiro na reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), realizada em Washington, quando os militares alinharam a política econômica brasileira aos preceitos liberais pregados pelos EUA. Em 1979 assumiu a presidência do Banco Central e ficou no cargo até o final do governo Figueiredo.

Perfil: À frente do BC, Pastore enfrentou crise da dívida externa -  Economia - Estadão
Affonso Celso Pastore durante a presidência do Banco Central na Ditadura Militar (Arquivo)

Moro repete Bolsonaro e ataca STF

Um dos principais responsáveis pela eleição de Jair Bolsonaro, o ex-juiz da Lava Jato fez coro ao atual presidente nas críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), pregando um populismo judiciário como fez ao condenar o ex-presidente Lula por "atos indeterminados", sentença que foi anulada pelo tribunal que julgou a postura de Moro como parcial.

"O que existe muitas vezes é um apego excessivo a formalismo e tecnicismo e acaba confrontando o sentimento de justiça das pessoas", afirmou ele, atacando a corte em seguida.

"Nos últimos anos o STF proferiu algumas decisões que infelizmente, e isso não autoriza qualquer ataque pessoal a ministros ou à instituição, enfraqueceram o combate à corrupção, como o fim da prisão após a condenação em segunda instância, a transferência de casos de corrupção da Justiça Federal para a Justiça Eleitoral".

Ex-juiz diz que está pronto para presidir o Brasil

Contando com a torcida e a campanha da mídia liberal, que busca vinculá-lo à chamada "terceira via", Moro confirmou a Bial que se lançará na disputa presidencial - e não nas eleições ao Senado, como vinha sendo sondado.

O ex-juiz, que se filiou ao Podemos, de Álvaro Dias, na semana passada disse que está pronto para presidir o Brasil.

"Estou pronto para liderar esse projeto, e construindo um projeto consistente com o povo brasileiro. Se o povo brasileiro tiver essa confiança, o projeto segue adiante".

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