"A morte da Marielle é um atestado de óbito do Rio de Janeiro", diz Freixo

Para marcar os mil dias do assassinato, PSOL planeja protesto nas redes com a hashtag #1000DiasSemResposta e, às 21h30, grito pela vereadora nas janelas

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O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), responsável pela CPI das Milícias, afirmou ao jornal O Globo que o assassinato da vereadora Marielle Franco "é uma atestado de óbito do Rio de Janeiro", referindo-se à falência da segurança pública da cidade.

"A morte da Marielle é um atestado de óbito do Rio de Janeiro. É uma aposta de que o crime vale à pena e que a milícia é quem manda na cidade. Os prefeitos e os governadores se adaptam, dependendo de quem tem o controle do território. O Rio tem que ser refundado. Isso passa por saber quem matou Marielle", afirmou.

Nesta terça-feira (8), completam-se mil dias de investigação do assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes - ainda sem conclusões sobre os mandantes do crime. Para Freixo, assassinatos estão ligados com vingança.

"Não era contra uma vereadora. Não tinha razão de ser. Por trás daquele assassino frio há um mandante de grandes negócios no Rio, que viu na Marielle uma forma de se vingar", disse.

"Quem achou que estava silenciando uma mulher vereadora, lhe deu muito mais voz. Neste sentido, o crime cometido contra ela deu errado", completou.

O deputado considera ainda que a vingança poderia ser contra ele, já que era próximo de Marielle. "Até porque, outras pessoas ligadas a mim, também foram pesquisadas pelos autores do crime", afirma, em referência aos ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz.

A irmã de Marielle, Anielle Franco, foi às redes sociais nesta terça para homenagear a vereadora e lembrar os mil dias de seu assassinato. Ela diz que, desde que perdeu a irmã, seu sentimento não mudou.

"Eu prefiro contar os dias q a Mari esteve viva. Foram 38 anos juntas. Depois disso, eu tenho vivido um 14M td dia nesse país racista. Do dia 1 ao dia 1000, meu sentimento n mudou. Apenas agradeço por ter uma família incrível e mulheres negras ao meu lado segurando minha mão", escreveu no Twitter.

https://twitter.com/aniellefranco/status/1336263019739930625

Para marcar os mil dias do assassinato, o PSOL do Rio está planejando diversas ações simbólicas nas ruas da cidade Rio de Janeiro, como faixas, cartazes, intervenções e performances.

Ainda, o partido está mobilizando um "tuitaço" com a hashtag #1000DiasSemResposta e, a partir das 21h30, gritos pela vereadora nas janelas da cidade.

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