Cristiano Zanin Martin, advogado do ex-presidente Lula, defendeu nesta terça-feira (9) em julgamento do Supremo Tribunal de Justiça (STF) que os dados da da Operação Spoofing obtidos pela defesa do ex-mandatário possam ser utilizados judicialmente.
"Esse material não diz respeito à intimidade de nenhum procurador, ele diz respeito a um grande escândalo que está ocorrendo no sistema de justiça do nosso país", afirmou Zanin na Segunda Turma do STF durante o julgamento que vai decidir se a defesa pode seguir tendo acesso ao material, que foi liberado pelo ministro Ricardo Lewandowski.
"Nós não estamos tratando aqui de conversas pessoais, de conversas entre familiares, de conversas entre amigos. Nós estamos sim tratando de conversas entre agentes públicos que ocorreram em aparelhos funcionais e que dizem á respeito a processos que tramitam na justiça brasileira, inclusive nesse STF. Nós estamos tratando aqui da prática de atos ilícitos que foram clandestinamente tramados no aplicativo Telegram", prosseguiu.
Zanin ainda elogiou o trabalho da imprensa diante do caso, em especial a atuação do The Intercept Brasil, e fala que esses dados não podem ser "sonegados". "De um lado existe uma afirmação peremptória sobre a inexistência desse material e de outro lado a imprensa está mostrando que esse material existe e está sendo sonegado não só da defesa, mas também dessa Suprema Corte", declarou.
O julgamento da Segunda Turma diz respeito às decisões do ministro Ricardo Lewandowski, relator do caso, sobre a liberação dos arquivos para a defesa de Lula. A expectativa é pela manutenção da permissão. Esses dados podem ser utilizados no processo da suspeição do ex-juiz federal Sérgio Moro.
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