Alessandro Vieira explica comparação de Pazuello com oficial nazista: "Falta consciência de realidade pras pessoas"

O parlamentar, que integra a CPI do Genocídio, participou do Jornal da Fórum nesta quarta-feira

Senador e pré-candidato à Presidência, Alessandro Vieira (Cidadania). Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) comentou sobre a CPI do Genocídio durante participação no Jornal da Fórum nesta quarta-feira (26). O parlamentar criticou a gestão do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia e comentou sobre uma comparação feita por ele entre o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, e o tenente-coronel nazista nazista Adolf Eichmann, que atuou na "Solução Final" contra judeus na Alemanha de Hitler e foi condenado à pena de morte em 1962.

Vieira apontou que "quando se traz a comparação do Pazuello com Eichmann, não estou comparando Bolsonaro com Hitler e o bolsonarismo com o nazismo, nem desrespeitando o povo judeu, como alguns bolsonaristas tentaram sugerir".

"O julgamento mostra que Eichmann era um ser humano comum e que isoladamente poderia fazer coisas boas, mas que, inserido em um contexto que impõe conduta equivocada, não para para pensar que retardar a compra de vacinas vai resultar, necessariamente, em mais gente morta. Retardar o transporte de oxigênio para Manaus necessariamente vai fazer pessoas morrerem asfixiadas. O que eu fiz foi um chamamento à razão", disse o parlamentar à jornalista Cynara Menezes, no Jornal da Fórum.

Na CPI, Vieira destacou que Eichmann era "um cidadão militar, que serviu a um projeto de poder, e não parou um instante para analisar as características do que fazia". "Ele não possuía histórico ou traços preconceituosos, não apresentava características de um caráter distorcido ou doentio. Ele agiu segundo o que acreditava ser seu dever, cumprindo ordens superiores e movido pelo desejo de ascender em sua carreira profissional, na mais perfeita lógica burocrática. Cumpria ordens sem questioná-las com o maior zelo e eficiência, sem refletir sobre as consequências que elas pudessem causar", disse o parlamentar com base nas conclusões do julgamento do militar nazi.

A análise irritou apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e fez o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), retirar a menção das notas taquigráficas da CPI.

A CPI aprovou nesta quarta-feira (26) a reconvocação de Pazuello.

Bolsonaro

Vieira, que é suplente na comissão, criticou duramente a gestão de Bolsonaro na pandemia. "A gestão é caótica e rejeita a colaboração da academia", disse. "Quando uma grande liderança tem uma postura tão anticiência, isso gera prejuízos significativos para a sociedade", completou.

O parlamentar defendeu também a convocação do ministro da Economia, Paulo Guedes, que não foi apreciada nesta quarta. "Fizemos um pedido de convocação do ministro Paulo Guedes. A pandemia não é combatida apenas pela Saúde. Guedes é responsável pela ausência de 2 meses de um auxílio emergencial", afirmou.

Outro ponto referido pelo senador foi sobre a convocação de governadores estaduais. Vieira acredita que é importante essa participação e que os gestores locais podem dar detalhes, inclusive, de como era a relação com o Governo Federal.

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