Alexandre Garcia faturou quase R$ 70 mil com notícias falsas, diz Google

Dados sigilosos enviados à CPI mostram que vários youtubers bolsonaristas faturaram com fake news sobre “tratamento precoce”

Reprodução/YouTube
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O Google enviou dados sigilosos à CPI da Covid mostrando que canais no YouTube, entre eles de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido), como o jornalista Alexandre Garcia, ganharam dinheiro disseminando notícias falsas sobre a pandemia antes que seus vídeos fossem apagados da rede social.

Ao todo, foram removidos 385 vídeos pelo Youtube ou deletados pelos próprios usuários após serem identificados como disseminadores de desinformação, de acordo com reportagem de Natália Portinari, no Globo.

O primeiro da lista é Alexandre Garcia. Ele teve 126 vídeos tirados do ar por ele próprio ou pela plataforma. Estes vídeos haviam rendido quase R$ 70 mil em remuneração pela audiência e publicidade.

A seguir vieram Gustavo Gayer (R$ 40 mil), Notícias Política BR (R$ 20,7 mil), Brasil Notícias (R$ 17,7 mil). Ao todo, os usuários ganharam US$ 45 mil, o equivalente a R$ 230 mil.

Grande parte dos vídeos retirados é com propagandas de drogas comprovadamente ineficazes contra o coronavírus, como a ivermectina e a cloroquina.

Os youtubers trocavam títulos e termos para tentar enganar a plataforma e impedir que o Google encontrasse o conteúdo, como o uso da palavra “V4C1NA” e “tratamento inicial” em vez de “tratamento precoce”, nome mais comum para se referir ao “kit Covid”.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI do Genocídio, foi quem solicitou os vídeos, com base em um levantamento da Novelo Data sobre vídeos que “desapareceram” da rede social em 2021.

“A propagação de fake news a respeito da pandemia tem sido uma ação orquestrada e com consequências diretas no agravamento do número de mortes pela covid-19”, disse o senador em seu pedido.

No mundo todo, o Google removeu mais de um milhão de vídeos desde fevereiro do ano passado por disseminarem desinformação sobre a pandemia.

Com informações do Globo