Aliados tentam resgatar Sergio Moro para lançar candidatura à presidência

Campanha “Moro 2022 contra o sistema” é articulada por defensores da Lava Jato e tenta reverter imagem do "juiz ladrão"

Sérgio Moro. Foto: Marcos Corrêa/PR
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Por Leandro Massoni

O nome de Sergio Moro para a próxima disputa presidencial tem ganhado força nos últimos dias. Defensores do ex-ministro da Justiça já começam a articular um movimento político para convencê-lo a disputar as eleições 2022.

Batizada de “Moro 2022 contra o sistema”, a campanha apoia Moro como postulante à faixa da “terceira via”, sendo uma alternativa às candidaturas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) questiona o nome da campanha: "Sergio Moro em Brasília e começa campanha nas redes com o singelo nome de #Moro2022ContraOSistema . Pergunto: o que Moro fez ou ao menos disse contra os bancos e o sistema financeiro? E com relação à Globo? Moro NÃO é contra o sistema. Moro É o sistema!"

Nos últimos dias, o movimento ganhou mais força com a presença do ex-juiz no Brasil, onde tem estabelecido contatos com políticos e demais lideranças que defendem sua candidatura. Atualmente ele mora e trabalha nos Estados Unidos.

Apesar de não ter definido se irá ou não se lançar como candidato à presidência, Sergio Moro ainda não descartou a possibilidade de participar da disputa, segundo o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR). O parlamentar acredita que o ex-magistrado poderia se transformar em uma alternativa expressiva devido ao “vácuo político” surgido no quadro político atual.

Porém, existe um prazo para essa decisão, que seria em outubro, quando o cenário eleitoral já estiver um pouco mais estabelecido.

No momento, a mobilização “pró-Moro” começa a organizar eventos para impulsionar o nome do ex-ministro para a próxima eleição. Jantares com empresários já estão sendo marcados e contatos com outros partidos planejam discutir um eventual projeto para reforçar a possível campanha presidencial.

Mas o início da participação de Moro na corrida política do ano que vem pode sofrer baixas. Após o Supremo Tribunal Federal (STF) anular as decisões que condenavam Lula, o ex-juiz considerado parcial começou a ver seu capital político diminuir e sua imagem desgastar.

Além disso, sua passagem pelo atual governo contribui para um cenário ainda mais desfavorável à sua presença como uma “terceira via”. Na última pesquisa XP/Ipespe, divulgada no começo de julho, Sergio Moro aparece com 9% das intenções de voto, enquanto o ex-presidente Lula lidera com 38% e Jair Bolsonaro segue em segundo, com 26%.