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Pouco mais de dez dias depois do presidente Jair Bolsonaro defender que os livros didáticos sejam "suavizados" por ter "muita coisa escrita", a presidenta do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Karine dos Santos, iniciou os trabalhos para descartar obras que não seguirem as diretrizes do governo. Uma comissão será formada com o objetivo de selecionar quais livros devem ser jogados fora.
Em portaria publicada no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (15), o FNDE definiu que a comissão deve realizar um levantamento sobre o livros que estão na Reserva Técnica doPrograma Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) "com o propósito de identificar, recomendar a retirada e o descarte dos livros desatualizados, obsoletos, ociosos, irrecuperáveis, antieconômicos ou em desuso".
Segundo o Estado de S. Paulo, os livros que estão armazenados ainda se encontram embalados. O MEC informou ao jornal que cerca de 2,9 mil materiais didáticos podem ser descartados por terem "vencido" entre 2005 e 2019.
"Livros feitos por nós"
Por mais que muitos dos livros possam estar em condições não-ideais de usou e até mesmo obsoletos, a iniciativa dialoga com a declaração de Bolsonaro de que o governo irá rever as publicações do PNLD.
“Tem livros que vamos ser obrigados a distribuir esse ano ainda levando-se em conta a sua feitura em anos anteriores. Tem que seguir a lei. Em 21, todos os livros serão nossos. Feitos por nós. Os pais vão vibrar. Vai estar lá a bandeira do Brasil na capa, vai ter lá o hino nacional. Os livros hoje em dia, como regra, é um amontoado… Muita coisa escrita, tem que suavizar aquilo”, disse o presidente no início de janeiro.