Bolsonaro acentua desmonte no Meio Ambiente com “extinção, adequação ou fusão” do Conama e outras 20 instituições

Ministro Ricardo Salles afirmou que o Conama é “ineficiente” e tentou desqualificar protestos gerados por sua postura autoritária, que impediu a participação dos membros suplentes do órgão de participar de reunião extraordinária ao lado dos titulares: “estratégia da esquerda”

Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente. (Foto: Divulgação)
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Reportagem de Renato Grandelle para O Globo, publicada nesta terça (26), revela que diversas estruturas ligadas ao Ministério do Meio Ambiente estão sob a mira do governo Jair Bolsonaro (PSL). Em ofício encaminhado ao Ministério do Meio Ambiente, o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, recomenda a análise de “extinção, adequação ou fusão” de 23 comissões, comitês, conselhos e grupos de trabalho ligados à pasta - dois deles estão inativos. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), um comitê que gerencia fundo bilionário para a preservação da Amazônia e o grupo que se dedica a estudar mudanças climáticas estão entre os alvos elencados pelo ministro-chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro. A medida reforça o descaso do governo com as causas ambientais e a pauta que prioriza o poder econômico em detrimento à preservação dos recursos naturais. O ministério tem até esta quinta-feira (28) para apresentar o resultado dos estudos solicitados por Onyx, recomendando a análise para “extinção, adequação ou fusão” de 23 estruturas, incluindo comitês, conselhos, comissões e grupos de trabalho. A Casa Civil alega que medidas semelhantes estão sendo adotadas em todas as pastas, visando a desburocratização da máquina pública. Recentes declarações do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, reforçam, porém, a primeira tese. Por redes sociais, ele afirmou que o Conama é “ineficiente” e tentou desqualificar protestos gerados por sua postura autoritária, que impediu a participação dos membros suplentes do órgão de participar de reunião extraordinária ao lado dos titulares: “estratégia da esquerda”, atacou. Outro fator que acentua o demonstre na pasta: um em cada quatro cargos dirigentes está vago. Nossa sucursal em Brasília já está em ação. A Fórum é o primeiro veículo a contratar jornalistas a partir de financiamento coletivo. E para continuar o trabalho precisamos do seu apoio. Saiba mais.