Bolsonaro aparelha Embrapa com ruralistas e inicia processo de desmonte de centros de pesquisa

Em uma privatização disfarçada, estratégia do governo para a Embrapa inclui desde um plano de demissões, que já teve adesão de 1,3 mil funcionários, passa pela terceirização de atividades-meio e chega à venda de imóveis e ao fechamento de centros de pesquisa

Jair Bolsonaro (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
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Aliados da ministra Tereza Cristina (DEM-MS), os ruralistas Pedro de Camargo Neto, vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), e Daniel Carrara, diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), ligado à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), foram nomeados por Jair Bolsonaro para ocupar cadeiras do Conselha de Administração da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) a partir do mês de março.

Alvo de um "choque de gestão", após críticas sobre privatização, a principal estatal de pesquisa agropecuária brasileira está passando por um processo de desmonte chamado por Bolsonaro de "repontecialização".

Segundo reportagem do Valor Econômico, a estratégia inclui desde um Plano de Desligamento Incentivado (PDI), que já teve adesão de 1,3 mil funcionários, passa pela terceirização de algumas atividades-meio e chega à venda de imóveis e ao fechamento de centros de pesquisa.

Crítico da Embrapa, Pedro Camargo Neto fará a ponte da pesquisa com os interesses das grandes empresas do setor agropecuário e aponta três frentes do desmonte: mudança na utilização dos patrimônios físico e humano da Embrapa, eliminação de despesas e benefícios e criação de novos critérios de avaliação de projetos e pesquisadores, para beneficiar a iniciativa privada.