Bolsonaro aumenta distribuição de cargos no Senado para blindar seu filho Flávio

Congresso recolhe assinaturas para CPI das “rachadinhas”. Senado ameaça abrir processo de cassação contra Flávio Bolsonaro

Flávio Bolsonaro. Foto: Reprodução Facebook
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O presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ) aumentou a distribuição de cargos, sobretudo no Senado onde o governo não tem base, a partir do momento em que se intensificaram as investigações sobre o seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). O momento coincide também com o fato da oposição começar a recolher assinaturas para outra CPI no Congresso.

Ao mesmo tempo, desde a prisão do ex-assessor Fabrício Queiroz, no último dia 18, líderes de partidos pressionam o Conselho de Ética do Senado para abrir processo de cassação contra Flávio, filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro.

A avaliação no Palácio do Planalto é a de que o governo precisa de uma blindagem no Senado. Depois das tratativas sobre cargos para indicados pelo Centrão na Câmara, com o objetivo de barrar qualquer processo de impeachment contra Bolsonaro, o Planalto tem agora o foco maior sobre o Senado.

As conversas envolvem também o possível apoio do governo à reeleição do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). A disputa no Congresso está marcada para fevereiro de 2021 e a Constituição proíbe que presidentes da Câmara e do Senado sejam reconduzidos ao posto na mesma legislatura. Alcolumbre tem, no entanto, um parecer indicando que, como o mandato de senador dura oito anos – o dobro do de deputado –, existe saída jurídica para permitir a reeleição. Maia, por sua vez, nega que seja candidato.

Alcolumbre manteve com seu partido, o DEM, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). A indicação foi feita pela Câmara, mas apadrinhada pelo presidente do Senado. Na outra ponta, o comando do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) ficou com o chefe de gabinete do senador Ciro Nogueira (PI), presidente do Progressistas. O FNDE tem uns dos orçamentos mais cobiçados pelos partidos: R$ 54 bilhões por ano.

Com informações do Estadão

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