Bolsonaro entrega comando da Abin a delegado que comandou sua segurança na campanha

“Apenas uma troca para modificar um pouquinho da filosofia do sistema brasileiro de inteligência", disse general Heleno ao confirmar a mudança

Alexandre Ramagem (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
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O presidente Jair Bolsonaro determinou, nesta semana, a troca no comando da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O órgão foi entregue a Alexandre Ramagem Rodrigues, delegado da Polícia Federal (PF) e um dos responsáveis pela escolta de Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018. Ele assumirá a direção-geral da Abin no lugar do servidor de carreira Janér Tesch Hosken Alvarenga. Segundo o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno – a quem a Abin está subordinada –, a troca foi uma orientação de Bolsonaro. "Quero fazer uma troca tranquila, passagem de cargo consciente, bem conduzida, pois não há nenhum trauma na história. Apenas uma troca para modificar um pouquinho da filosofia do sistema brasileiro de inteligência", disse Heleno ao confirmar a mudança. Ele disse ainda que, com o avanço da internet, a atividade de inteligência se tornou mais rápida e a Abin precisa responder a essa demanda. O ministro afirmou que busca outro perfil para comandar a Abin, com mais integração e velocidade na troca de informações. O Estadão apurou que havia uma avaliação de que muitas vezes o governo era informado antes por grupos de WhatsApp e só depois pela Abin. Ramagen Rodrigues passou a ser responsável pela segurança de Bolsonaro após o então candidato à presidência ter sofrido um atentado à faca, em Juiz de Fora (MG), durante a campanha. Ele também comandou a investigação na Polícia Federal que deu origem à operação Cadeia Velha, deflagrada em novembro de 2017, e que prendeu o então deputado estadual do Rio de Janeiro Jorge Picciani, entre outros parlamentares. Atualmente, Rodrigues é assessor especial do ministro Carlos Alberto dos Santos Cruz, na Secretaria de Governo. Antes, além de coordenar a segurança de Bolsonaro nas eleições e até a posse, atuou em postos de comando da PF em Roraima, e no início da Operação Cadeia Velha, que levou à prisão a cúpula do MDB no Rio de Janeiro. Com informações do Estadão e da EBC