O presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido), que está internado no hospital Vila Nova Star, em São Paulo, ordenou a montagem de um pequeno gabinete no hospital, de onde vai continuar governando o país, apesar de sua obstrução intestinal.
De acordo com informações da coluna de Ricardo Noblat, Bolsonaro, como já fez em outras vezes em que fez tratamento médico, quer demonstrar com isso que sua situação não é má, e que é capaz de sacrificar a própria saúde para servir ao país.
O colunista ironiza a situação e diz que, até agora, tudo está saindo de acordo com o figurino, com alarme na hora da internação; pedidos de orações para mobilizar seus devotos; informações desencontradas sobre o estado de saúde; remoção para São Paulo se necessário; boletins médicos tranquilizadores; finalmente, alta.
Noblat, no entanto, afirma que tudo isso não significa não que sua enfermidade seja mais uma fake news, concebida justo no momento em que sua popularidade está em baixa e a CPI da Covid-19 tirou-lhe o sono e o sossego. “Ainda existe”, segundo o colunista, “o risco de ele ser operado pela sétima vez desde a facada de Juiz de Fora. Ter o intestino mexido tantas vezes é sempre algo arriscado”.
Cirurgia descartada até o momento
O presidente declarou durante a entrevista que a possibilidade de cirurgia para desobstruir o intestino está descartada no momento.
O médico de Bolsonaro, Antonio Macedo, que também participou da entrevista no programa da TV A Crítica, do Amazonas, e retransmitido pela Rede TV!, afirmou que houve melhora no quadro clínico.
Ainda conforme o médico, existe a possibilidade de que seja retirada a sonda nasogástrica (tubo que vai do nariz ao aparelho digestivo), pois o intestino do presidente voltou a funcionar.
“Cheguei aqui no dia de ontem, com indicativo muito forte para cirurgia, tendo em vista que foi constatada uma obstrução intestinal. Isso tudo aconteceu dada a facada que eu recebi e das quatro cirurgias. Essa obstrução é sempre um risco muito alto. Mas, de ontem para hoje, evoluiu bastante esse quadro, então a chance de cirurgia está bastante afastada”, destacou Bolsonaro.
O médico confirmou que o problema é consequência do atentado. Segundo Macedo, apesar de ter se recuperado bem desde 2019, o abdômen do presidente continua com algumas aderências, que podem causar obstruções no intestino.