Bruna Surfistinha rebate Bolsonaro: "Deveria cuidar mais da moral da própria família"

O filme "Bruna Surfistinha' é baseado no livro "O doce veneno do escorpião", lançado por Raquel em 2005, e levou mais de 2 milhões de pessoas aos cinemas brasileiros

Foto: Reprodução/Instagram
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A empresária e escritora Raquel Pacheco, mais conhecida como Bruna Surfistinha, rebateu nesta sexta-feira (19) as críticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro à produção cinematográfica baseada no seu livro "O Doce Veneno do Escorpião". Na quinta, o presidente usou o filme como exemplo para criticar o repasse de recursos federais para a produção audiovisual brasileira. De acordo com Bolsonaro, não pode haver "ativismo" em respeito às famílias brasileiras Em áudio enviado à Revista Fórum por sua assessoria de imprensa, a empresária classificou a declaração como "infeliz" e disse que, antes de fazer juízo de valor, o presidente deveria "cuidar da moral de sua própria família". https://twitter.com/BSurfistinha/status/1152286412223500289 "Sobre mais uma infeliz declaração do Bolsonaro, eu digo que ele, antes de fazer juízo de valor sobre os outros, deveria cuidar da moral da própria família. E ainda do nosso país. Afinal, ele está cuidando demais do que não precisa e fazendo pouco o dever dele principal: que é ser presidente", disse. Premiada pela interpretação da personagem principal do filme Bruna Surfistinha, a atriz Deborah Secco disse estar espantada com a declaração de Jair Bolsonaro sobre o longa-metragem e defendeu que a arte deve ser “ampla e abrangente” e falar da realidade. “Fico um pouco chocada porque o filme retrata uma história real não só da Raquel, mas de outras milhares de mulheres que se encontram nessa situação", afirmou a atriz. "O que a gente queria com o filme era debater e falar sobre como nós, como a população, lida com essa realidade”, disse.
Secco levou prêmio de Melhor Atriz no Grande Prêmio Brasileiro de Cinema de 2012 e também no Prêmio Contigo Cinema, onde foi reconhecida tanto no Júri Popular quanto no Júri Técnico. A roteirista do filme, Antonia Pellegrino, também criticou a atitude de Bolsonaro: “O que você não deveria admitir é 13 milhões de desempregados, universidades sucateadas e ter laranjas na sua família. Cegueira e ignorância levam à censura”.