Candidato bolsonarista à prefeitura de Manaus é acusado de forjar assalto para aparecer como herói

O bolsonarista divulgou as imagens da ação, sendo parabenizado por seus eleitores pela atitude “corajosa”. Foi desmentido em vídeo pelo próprio suspeito

Foto: Divulgação
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O candidato à prefeitura de Manaus, Capitão Alberto Neto (Republicanos), ex-policial militar e deputado federal, é acusado de forjar um assalto onde aparece nas redes sociais armado e prendendo o suspeito até que a Polícia Militar chegasse ao local da ocorrência.

O bolsonarista divulgou amplamente as imagens da ação, sendo parabenizado por seus eleitores pela atitude “corajosa”.

https://twitter.com/manaus_pop/status/1314003392830812160

O fato, que aconteceu na manhã desta quarta-feira (7), dentro de um ônibus circular, deu uma reviravolta na quinta-feira. O delegado da Polícia Civil Costa e Silva, candidato a vice-prefeito pelo Patriota, postou um vídeo ao lado do suposto assaltante. Identificado como Adão, ele se diz pedreiro e estava a caminho do trabalho quando ocorreu a abordagem.

Adão diz também que não teve envolvimento no delito e que quer limpar a imagem dele que viralizou nas redes indevidamente.  

“Entrou um rapaz no ônibus e disse que eu tinha pegado o celular dele, sendo que não tinha acontecido isso comigo. Nós fomos para a delegacia e chegando lá, revistaram a minha bolsa de ferramentas. Eu sou pedreiro e estava a caminho do serviço. O que encontraram foi meu material e meu celular”, disse. 

José Ricardo Wendling, que é candidato à prefeitura pelo PT, compartilhou postagem onde sugere de maneira irônica a coincidência da ação criminosa ter sido flagrada por Alberto Neto.

De acordo com o Boletim de Ocorrência (BO), registrado no 14° Distrito Integrado de Polícia (DIP), a vítima do furto alegou que estava no ônibus e ao longo da viagem percebeu que estava sem o aparelho celular. Em seguida, pediu o celular de outro passageiro emprestado e ligou para o dele, que tocou próximo de outros três passageiros dentro do coletivo. A vítima então se deslocou até eles e, durante a confusão, dois conseguiram fugir e o terceiro foi detido. 

Adão foi liberado após prestar depoimento, pois não estava em posse de nenhum outro celular sem ser o dele, não configurando situação de flagrante. A equipe policial deve dar continuidade às diligências para recuperar o celular da vítima.

Com informações do Globo