Com medo de Lula, maioria do Congresso é contra Diretas Já

Nos bastidores, governistas tem chamado a proposta das diretas de "PEC do Lula". Lula lidera a corrida presidencial com 30% das intenções de voto segundo a última pesquisa do Datafolha.

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Nos bastidores, governistas tem chamado a proposta das diretas de "PEC do Lula". Lula lidera a corrida presidencial com 30% das intenções de voto segundo a última pesquisa do Datafolha. Da Redação* De acordo com enquete do jornal Folha de São Paulo, maioria absoluta do Congresso é contra mudar a Constituição e convocar eleições diretas caso Michel Temer caia. Neste caso, deputados e senadores querem manter a exclusividade de escolher quem comandará o país até dezembro de 2018. Nos bastidores, governistas tem chamado a proposta das diretas de "PEC do Lula". O raciocínio é o de que, fora uma onda a favor de alguém que se apresente "de fora da política", o petista larga na frente. Lula lidera a corrida com 30% das intenções de voto segundo a última pesquisa do Datafolha. A Folha ouviu líderes dos dez maiores partidos da Câmara e do Senado, que reúnem 72 senadores (89% do total) e 397 deputados (77%). Com exceção da esquerda, que é minoritária, todos se declararam abertamente contra as Diretas-Já. Os oposicionistas PT, PSB e PDT não representam nem 30% das dez maiores bancadas. Para alterar a Constituição, é necessário o apoio de pelo menos 60% dos parlamentares em cada Casa. "Neste momento acho casuísmo. [...] Não podemos ficar brincando de mudar a Constituição a cada crise, em função de um determinado caso, de um determinado momento", disse o senador Tasso Jereissati (CE), presidente interino do PSDB, partido que já definiu posição unificada contra às Diretas neste ano. "Diretas-Já só em 2018", reforça Romero Jucá (RR), líder do governo no Senado e presidente do PMDB. PSDB e PMDB são os maiores partidos da base de sustentação do governo. Pelas regras atuais, a escolha do sucessor de Temer, caso ele venha a deixar o cargo, será feita pelos 594 parlamentares em eleição indireta a ser realizada 30 dias após a vacância do posto. Com vários integrantes sob a mira da Lava Jato, o Congresso tem hoje rejeição popular recorde – de acordo com o Datafolha, 58% da população avalia como ruim ou péssimo o desempenho do Legislativo. Apesar de todos os percalços, os partidos de esquerda dizem que vão insistir na aprovação da proposta e contam com mobilização nas ruas para mudar o cenário no Congresso. "Não é hora para uma elite se encontrar e, nos porões, resolver a solução para o Brasil. Queremos um presidente legítimo, eleito pelo povo brasileiro", disse o presidente do PDT, Carlos Lupi, em vídeo distribuído à sua militância. *Com informações da Folha