Cotado para STF liberou agrotóxico cancerígeno glifosato, da Monsanto, alegando "grave impacto à economia"

Agrotóxico, que é conhecido popularmente como Roundup, foi liberado por Jair Bolsonaro no ano passado. Produto está relacionado ao desenvolvimento de câncer, depressão, infertilidade, Alzheimer e Parkinson

Kássio Nunes (Foto: TRF1)
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Indicado a Jair Bolsonaro pelo senador Ciro Nogueira, presidente do PP, o desembargador Kassio Nunes derrubou há dois anos uma liminar que proibia a comercialização no Brasil do agrotóxico cancerígeno glifosato, conhecido como Roundup, da Monsanto. A informação é de Mariana Franco Ramos, do site De Olho nos Ruralistas.

Nunes reverteu a decisão de processos judiciais baseados em um relatório de 2015 da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), que classificou a substância como “provável carcinógeno humano”. Nos EUA, a Bayer, controladora da Monsanto, já foi obrigada a indenizar em US$ 2 bilhões um casal que contraiu câncer por manuseio do agrotóxico.

Vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Nunes atendeu a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), em setembro de 2018. Em sua decisão, ele alega a retirada do agrotóxico de maneira “abrupta, sem a análise dos graves impactos que tal medida trará à economia do país e à população em geral”.

Alvo de ações jurídicas por provocar, além do câncer, depressão, infertilidade, Alzheimer e Parkinson, o glifosato foi liberado por Jair Bolsonaro há cerca de um ano no Brasil.

O produto enfrenta vetos em países europeus, como a Áustria, e mais de 18 mil ações nos tribunais nos Estados Unidos.