CPI do Genocídio: Capitã Cloroquina repete fake news que diz que OMS é contra lockdown

Em março, o presidente Jair Bolsonaro difundiu a mesma mentira

Foto: Jefferson Rudy/Agência SenadoCréditos: Jefferson Rudy/Agência Senado
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A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro - conhecida como “Capitã Cloroquina” -, difundiu durante depoimento da CPI do Genocídio uma fake news de que a Organização Mundial da Saúde (OMS) teria dito que o lockdown só traria "fome e miséria". Essa mentira já foi dita pelo presidente Jair Bolsonaro e desmentida pela OMS.

"Lockdown pode ter sido responsável pela fome e pela miséria e foi usado de forma inconsequente, segundo a OMS", disse Mayra durante seu depoimento, na parte da manhã.

Ao ser questionada pelo senador Jorginho Mello (PL-SC) à tarde, Pinheiro repetiu a mentira: "essa posição pode ser encontrada em diversas publicações científicas e a OMS…". A secretária foi interrompida pelo senador Humberto Costa (PT-PE), que destacou que isso já foi desmentido pela organização.

No início de março, Bolsonaro leu o trecho de uma nota do Conselho Regional de Medicina do DF e repercutiu a fake news de que David Nabarro, enviado especial da OMS, teria dito que “lockdown não salva vidas e faz os pobres muito mais pobres”. Essa declaração nunca ocorreu.

Nabarro, de fato, questionou o uso de lockdowns como método inicial de combate à Covid-19, mas defendeu que a medida seja adotada em casos de maior gravidade. Após o presidente Donald Trump usar a fala de Nabarro para dizer que estava certo em sua política de (não) combate à Covid-19, o pesquisador disse o seguinte ao Kaiser Health News: “Meus comentários foram tirados totalmente de contexto. A posição da OMS é consistente”.

A OMS possui uma sessão em seu site oficial em que defende que os lockdowns podem reduzir a transmissão do Sars-Cov-2 e que há lugares que não tem outra opção além dele.