Crise do coronavírus e isolamento fazem Bolsonaro chorar em reunião no Planalto

Presidente tem caído cada vez mais em descrédito, não só na opinião pública, mas também entre seus pares, por sua postura negligente diante da pandemia do coronavírus

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O presidente Jair Bolsonaro estaria fragilizado emocionalmente diante das críticas que tem recebido por conta de sua postura negligente com a pandemia do coronavírus.

De acordo com reportagem de Igor Gielow, da Folha de S. Paulo, o presidente chegou a chorar em uma reunião com interlocutores no Palácio do Planalto.

Defensor do fim do isolamento social, o que confronta as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de especialistas sobre a contenção da pandemia, Bolsonaro tem sido alvo de panelaços diários há pelo menos 15 dias e de intensas críticas de governadores, como João Doria (PSDB) e Wilson Witzel (PSC). O capitão também tem encontrado resistência em sua própria equipe, como por parte do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que chegou a orientar o governador do Acre a não seguir as recomendações do presidente.

Na Câmara dos Deputados, Bolsonaro é alvo de três pedidos diferentes de impeachment. Um deles, protocolado pelo PSOL, já ganhou o apoio de 1 milhão de brasileiros através de um abaixo-assinado.

"O que é possível dizer a esta altura é que há preocupação com o risco de instabilidade social devido aos impactos econômicos da pandemia, além daquilo que já era identificado como o perigo de os militares serem usados na disputa entre o presidente e os estados. Associado a tudo isso, existe o temor de que a beligerância de Bolsonaro leve a crise a outro patamar, já que ele não conta mais nem com apoio no Congresso, nem com a boa vontade do Supremo desde que apoiou ato pedindo o fechamento das instituições", diz um trecho da reportagem da Folha que narra a suposta fragilidade emocional do presidente. 

Para a noite desta terça-feira (31), às 20h30, Bolsonaro marcou um novo pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão. Especula-se que o presidente seguirá pregando o fim do isolamento social e que volte até mesmo a fazer elogios à ditadura militar.