Debandada: antes de Araújo e Azevedo e Silva, presidente do IBGE pediu demissão

Versão oficial fala em motivos pessoais, porém, um dia antes da saída de Susana Guerra, o Orçamento do IBGE deixou quase sem recursos o Censo 2021, o que pode inviabilizar a pesquisa

Susana Guerra – Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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O início da semana está sendo marcado pela debandada no governo de Jair Bolsonaro: deixaram os respectivos cargos Ernesto Araújo, Ministério das Relações Exteriores; Fernando Azevedo e Silva, Ministério da Defesa; e Izabel Lima Pessoa, da Secretaria de Educação Básica, uma das mais importantes do Ministério da Educação.

Porém, ante disso, na sexta-feira (26), Susana Cordeiro Guerra iniciou a debandada, pedindo exoneração da presidência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A versão oficial é que ela tomou a decisão por motivos pessoais ligados à família.

No entanto, um dia antes do anúncio da saída de Susana, o IBGE havia sofrido uma derrota significativa, com a aprovação do Orçamento. O texto deixa quase sem recursos o Censo 2021 e pode inviabilizar a pesquisa.

O orçamento pedido pelo IBGE para realizar o Censo, inicialmente, foi de R$ 3,4 bilhões. Porém, depois de pressão do governo, passou para R$ 2 bilhões. Contudo, o Orçamento da União aprovado destinou R$ 71 milhões para a pesquisa, o que representa menos de 5% do que foi acordado.

Ações fragilizadas

“Sem o Censo em 2021, as ações governamentais pós-pandemia serão fragilizadas pela ausência das informações que alicerçam as políticas públicas com impactos no território brasileiro, particularmente em seus municípios”, escreveram Susana e o diretor de Pesquisas do IBGE, Eduardo Rios-Neto, em artigo publicado no jornal O Globo e reproduzido na página do instituto.

Com informações do G1