Delegado que denunciou Salles no STF cita R$ 129 milhões em madeira apreendida

Alexandre Saraiva, chefe da PF do Amazonas, diz que ministro atua como "advogado da causa madeireira" ao atrapalhar fiscalização ambiental para patrocinar interesses privados

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi condenado por favorecer a mineração como secretário de estado em São Paulo
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O chefe da Polícia Federal (PF) do Amazonas, Alexandre Saraiva, que enviou ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, uma notícia-crime contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, cita no documento que as investigações da PF levaram à apreensão de 226 mil metros cúbicos de madeira, em valor aproximado de R$ 129 milhões.

O delegado então acusa Salles e o senador Telmário Mota (Pros-RR) de causarem “obstáculos à investigação de crimes ambientais” e de buscarem “patrocínio de interesses privados e ilegítimos perante a administração pública”. Saraiva afirma ainda que a investigação descobriu um enorme esquema de grilarem de terras. A informação é do portal Antagonista.

“A documentação entregue na reunião convocada pelo ministro Ricardo Salles e pelo senador Telmário descortinou uma fraude na titulação de terras em nome de terceiros com a utilização e títulos de região que dista do local mais de 500 quilômetros", diz no documento.

“O ministro foi contrário ao posicionamento da Polícia Federal de qualificar os investigados como integrantes de organização criminosa. De forma parcial e tendenciosa, comportando-se como verdadeiro advogado da causa madeireira (um contrassenso com a função pública por ele exercida)", completa.

A notícia-crime também foi encaminhada ao Ministério Público Federal (MPF) e à Direção Geral da Polícia Federal. Salles e Motta têm foro privilegiado. Por isso, o expediente foi enviado ao MPF, para posterior encaminhamento à Procuradoria-Geral da República (PGR).