A ex-presidenta Dilma Rousseff destacou nesta quarta-feira (31), dia em que o golpe de 1964 completa 57 anos, que parte dos setores que apoiaram o golpe parlamentar de 2016 tentam "refazer a história" para apagar a participação na ruptura democrática que a retirou da presidência.
"Nós estamos vendo hoje pessoas tentando recontar seus próprios atos diante de toda a conspiração golpista. A começar pelos nossos 'companheiros' da imprensa. Principalmente quando se vê a Miriam Leitão, como pessoa, e a Folha de S. Paulo, como instituição, tentando refazer a história para seu lado, como fez o senador Agripino Maia", disse a ex-presidenta durante entrevista à TV 247, à TV Fórum e ao DCM ao comentar sobre um ataque feito por Maia contra ela em 2008, no Senado, quando disse que Dilma mentiu aos torturadores.
"Eles tentam acusar as vítimas. Eles sistematicamente tentam acusar as vítimas. E esse momento nós não podemos esquecer, não podemos deixar que a imprensa manipule os fatos, manipule a história", completou. Outras figuras da grande imprensa também foram criticadas pela ex-presidenta na entrevista, como Merval Pereira.
Durante a entrevista, Dilma fez um balanço sobre o golpe de 2016 e destacou que a guinada do PMDB à extrema-direita foi capitaneada por Eduardo Cunha, o que permitiu uma "pré-estreia de Bolsonaro". Além disso, a ex-mandatária comentou sobre a renúncia do comando militar um dia após o presidente Jair Bolsonaro demitir o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva. Para ex-presidenta, Bolsonaro está enfraquecimento e busca mais apoio dos militares.
A entrevista foi realizada pelos jornalistas Renato Rovai, Leonardo Attuch, Mario Vitor Santos e Kiko Nogueira e exibida na TV247, na TV Fórum e no DCM.
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